quinta, 16 de janeiro de 2025
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Preço da carne bovina aumenta 43% e vendas caem 40%

A dona de casa que está acostumada a comprar carne bovina como opção de almoço e jantar – ou até para aquele churrasquinho com a família – levou um susto…

A dona de casa que está acostumada a comprar carne bovina como opção de almoço e jantar – ou até para aquele churrasquinho com a família – levou um susto no preço médio praticado durante o mês de janeiro e que ainda se estende pelo mês de fevereiro.

O DHoje pegou como exemplo o coxão mole que, segundo José Luiz Sanches, presidente da APAS (Associação Paulistas de Supermercados), o preço médio praticado em 2020 foi de R$ 27,90 o quilo, enquanto em 2021 esse valor aumentou para R$ 38,90, até chegar em janeiro de 2022 com um valor de R$ 39,90 o quilo. Um aumento de 43% comparando janeiro de 2022 com 2020.

“As vendas caíram uma média de 40% na carne bovina e migraram para o frango, como, por exemplo, o filé de frango e a coxa e sobrecoxa. Outra parte dos consumidores migraram para a carne suína, como costelinha, pernil e bisteca; e a minoria migrou para os peixes, que tiveram um pequeno aumento nas vendas”, explica José Luiz.

Para o Sincomércio, Sindicato que representa os donos de supermercados, a ‘culpa’ está caindo sobre os revendedores, no caso, os supermercados, no entanto, essa alta nos preços vêm desde o insumo para os gados. “O que a gente vê hoje, é que o preço da carne subiu porque o preço dos insumos subiu. Para se manter o gado, ficou muito mais caro. Desde o milho, soja, tudo que se usa na ração, tudo subiu”, detalha Ricardo Ismael, vice-presidente do Sincomércio.

Ricardo ainda complementa dizendo que não vê uma queda nos valores da carne para os próximos meses. “A curto ou médio prazo ainda não há uma perspectiva de queda nos preços, mas sim, de estabilidade, porém, em alta. Sabemos que o preço precisa abaixar, porém, o custo da produção de mantém elevado e não tem como não embutir esses aumentos nos preços finais”.

Migração para carne de frango e porco

Levantamentos da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) mostram que as exportações brasileiras de carne de frango (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 349,1 mil toneladas, volume que supera em 19,7% os embarques realizados no mesmo período do ano passado, com 291,6 mil toneladas.

O resultado das vendas de carne de frango no primeiro mês deste ano chegou a US$ 616,9 milhões, número 42% superior ao registrado em janeiro de 2021, com US$ 434,4 milhões.

Conforme avaliação do presidente da ABPA, Ricardo Santin, o mercado internacional de produtos avícolas tem enfrentado a forte pressão da alta dos custos dos insumos, o que é refletido nos preços mais elevados.

“A elevação dos preços da proteína é um fenômeno global. O preço médio das exportações brasileiras neste mês foi 18,6% superior, o que ajudou a diminuir a forte pressão gerada pelos custos do milho e da soja, além de outros insumos que encareceram no mercado brasileiro. O ponto positivo é que, mesmo diante do preço mais caro, a carne de frango brasileira segue fortemente demandada graças a atributos como a qualidade dos produtos e o fato do Brasil ser o único grande exportador livre de Influenza Aviária”, detalha Santin.

Já as exportações brasileiras de carne suína (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 74,6 mil toneladas em janeiro, o que supera em 18,2% os embarques registrados no mesmo período de 2021, com 63,1 mil toneladas, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA)

As vendas internacionais do primeiro mês de 2022 geraram receita de US$ 160,7 milhões, saldo 9,7% maior que o total obtido em janeiro de 2021, com US$ 146,5 milhões.

“O ano começou aquecido para as exportações de carne suína do Brasil, que aumentaram a sua presença em mercados estratégicos para o setor, como é o caso do Japão e outras nações da Ásia. Há expectativa de incremento das vendas, também, para o Leste Europeu”, analisa Luís Rua, diretor de mercados da ABPA.

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