quinta, 14 de novembro de 2024
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Pouco combustível contribuiu para queda de monomotor em Rio Preto

Relatório divulgado pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) concluiu que um erro no planejamento de voo contribuiu para a queda do monomotor PT-DDB, em cima de…

Relatório divulgado pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) concluiu que um erro no planejamento de voo contribuiu para a queda do monomotor PT-DDB, em cima de uma casa do bairro Alto Rio Preto, em outubro de 2017. No acidente morreram o piloto William Rayes Sakr e dois tripulantes, o empresário Caique Costa Caciolato e o médico Allyson Lima dos Santos. As vítimas eram amigos e retornavam de uma festa em Tangará da Serra, estado do Mato Grosso.

De acordo com os técnicos responsáveis pela investigação, “o cálculo incorreto de consumo da aeronave resultou em uma aproximação para pouso com uma quantidade de combustível abaixo da mínima estabelecida pelo fabricante da aeronave”.

Não pode se falar, no entanto, de pane seca. Foram coletados no local do acidente 20 litros de gasolina de aviação. “As evidências que indicam que a aeronave se encontrava em situação crítica de abastecimento, com quantidade de combustível nos tanques abaixo da mínima, são suportadas pelo fato de que a válvula distribuidora e a linha de alimentação estavam sem combustível”, consta em trecho do documento.

Laudo divulgado pelo Instituto de Criminalística em 2018 apontava para a mesma conclusão. “Quando da chegada da equipe ao local, havia forte odor de combustível e os Bombeiros que se encontravam no local faziam limpeza do combustível que havia derramado. Assim, à princípio, não há que se falar em pane seca (quando o combustível acaba por completo). Todavia, não se descarta a hipótese de que havia pouco combustível”.

Outra irregularidade identificada na aeronave foi uma alteração no motor para operar com etanol. Apesar de o monomotor voar com gasolina no momento do acidente, os técnicos consideram que a modificação explicaria o aumento do consumo de combustível em rota. “Ainda que, naquele voo, se estivesse utilizando gasolina de aviação, o ajuste de 16 GPH (galões por hora) diminuiria, significativamente, a autonomia da aeronave”.

Por causa dessa alteração proibida por lei, o Cenipa aponta que o monomotor não estava aeronavegável, ou seja, que permite a navegação aérea com segurança. Curiosamente, o avião possuía Certificado de Aeronavegabilidade (CA) válido.

O Cenipa aponta quatro fatores que podem ter contribuído para a queda do monomotor: inadequada aplicação dos comandos pelo piloto, alteração no motor, pouca experiência do piloto e planejamento de voo. Mas apenas o último, comprovadamente, causou o acidente.

A razão da arremetida não foi explicada. Com o trem de pouso baixado e próximo da pista, o piloto subiu o avião novamente e realizou uma curva à direita. O monomotor caiu a 400 metros do aeroporto, em condições climáticas favoráveis ao voo visual.

A investigação realizada pela Aeronáutica não tem por objetivo gerar responsabilização administrativa, civil ou criminal, mas recomendar o estudo e o estabelecimento de providências de caráter preventivo.

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