O estádio do Canindé foi novamente levado a leilão nesta terça-feira, mas não houve interessados no arremate. O leilão aconteceu por causa de um processo do jogador Danilo Petrolli, que defendeu a Portuguesa entre 2002 e 2003 e cobra mais de R$ 7,2 milhões. A Lusa enfrenta aproximadamente 500 processos na Justiça.
Outro leilão do estádio acontece pela internet até a primeira quinzena de outubro, desta vez em razão de um processo movido pelo agente José Antônio Bressan, que prestou serviços ao clube em 2011 e cobra quase R$ 3,8 milhões. O departamento jurídico da Portuguesa já conseguiu efeito suspensivo caso haja algum arrematante, mas acredita que novamente não terá interessados.
Em entrevista ao Estado neste mês, o presidente da Portuguesa, Alexandre Barros, já havia demonstrado confiança em relação aos leilões. Ele lembrou que 45% do terreno é da Portuguesa e o restante é cedido pela Prefeitura de São Paulo até o fim de 2092. “Duvido que alguém compre. São muitas questões que levarão a uma briga judicial. O Brinco de Ouro (estádio do Guarani) foi comprado em 2015 e não levaram até agora”, disse.
Outro motivo que pode afastar possíveis interessados em arrematar o Canindé é o pedido de tombamento do estádio. Torcedores da Portuguesa já realizaram o pedido ao Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental (Compresp) e aguardam a decisão.
Como o Estado mostrou em reportagem publicada no último dia 8, a Portuguesa sobrevive graças ao aluguel do Canindé. O clube tem cerca de R$ 350 milhões em dívidas e as contas penhoradas pela Justiça. Com isso, as negociações com as empresas que utilizam o estádio são feitas em dinheiro em espécie.