Domingo, 19 de Maio de 2024

Médico de Santa Casa é afastado após denúncia de abuso sexual

08/05/2024 as 13:56 | São Paulo | DCM
O médico residente de ortopedia Ramiro Carvalho Neto, de 33 anos, foi afastado da Santa Casa de São Paulo sob suspeita de importunação sexual durante uma cirurgia.

Funcionários do hospital relataram que o episódio ocorreu há duas semanas durante uma cirurgia de mão. Testemunhas afirmam que Ramiro teria passado a mão nas regiões íntimas da paciente. Os médicos presentes filmaram a ação e denunciaram para a direção do hospital.

A Santa Casa confirmou o caso por meio de nota, informando que o profissional envolvido foi imediatamente afastado após o recebimento da denúncia, e que uma sindicância interna foi instaurada para investigar o ocorrido, resguardando a privacidade da suposta vítima. Uma das testemunhas encaminhou o vídeo gravado para a coordenação dos residentes da Santa Casa.

O Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) informou que ainda não havia sido notificado sobre o caso. Já o Conselho Federal de Medicina (CFM) disse que não comenta casos específicos e que cabe ao Cremesp tomar as providências para a apuração do caso, podendo resultar em um processo ético-profissional.

Essa não é a primeira vez que Ramiro é denunciado por crimes sexuais. Durante sua graduação em medicina, ele foi acusado de abusar de uma colega de faculdade durante os jogos universitários, o que resultou em seu afastamento por um ano.

A denúncia foi feita em 2013, porém, não foram encontrados registros formais do caso na polícia ou na Justiça de São Paulo. Em outra ocasião, em 2014, quando estava na Unicamp, uma estudante acordou durante a noite e percebeu que Ramiro estava com as mãos em suas partes íntimas.

A denúncia foi analisada pela faculdade, que decidiu pela suspensão do médico por 90 dias. Ramiro afirmou que usava um kilt nos jogos, sem cueca por baixo, e que o contato foi acidental, mas as alunas envolvidas relataram terem sido ofendidas por um grupo de alunos mais velhos após denunciarem o caso.

A Simesp (Sindicato dos Médicos de São Paulo) destacou que existe uma correlação entre trotes abusivos nas faculdades de medicina e casos de assédio sexual, refletindo a necessidade de uma reforma cultural nessas instituições.
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