Apesar das reclamações das operadoras e dos pedidos de adiamento, não foram registrados incidentes no primeiro dia da portabilidade numérica, que permite ao consumidor mudar de prestadora de serviço e manter o número do telefone. A Oi e a Telefônica informaram, em comunicado, que tiveram sucesso nesta segunda-feira. A Brasil Telecom e a Embratel não se manifestaram.
O serviço, que chega à capital do Rio de Janeiro em fevereiro e à de São Paulo em março, começa a beneficiar consumidores como a professora Sandra Erli de Faria. Ela decidiu que vai mudar de operadora tanto fixa quanto celular. “Sem a barreira da mudança dos números, fiquei livre para escolher a operadora”, disse Sandra, que é proprietária e diretora do Colégio Evolução, em Goiânia, que tem capacidade para 1,5 mil alunos. “As regras da portabilidade me permitem buscar no mercado a empresa que apresentar maior competitividade”, acredita a professora.
“Isso resultará, para quem trabalha com margem mínima de lucro, em redução de gastos no final do mês.” A portabilidade numérica entrou em vigor nas regiões de Bauru e São José do Rio Preto (SP), Vitória (ES), Divinópolis (MG), Londrina (PR), Goiânia (GO), Campo Grande (MS) e Teresina (PI). Em Barretos, região de Ribeirão Preto, houve consultas de tarifas e pacotes, pedidos de informações sobre como funciona, mas pouco ou quase nenhum negócio.
“Não fizemos nenhuma transferência, só tiramos dúvidas”, disse o dono de duas lojas Maxcell Celulares, de revenda da Vivo, Marx Lima Lopes Cançado. “A Vivo não está cobrando nada pela portabilidade para atrair clientes, mas não fizemos migração.” “Não tivemos nenhuma procura, as pessoas ainda não estão sabendo como funciona”, afirmou a gerente da Chim, revenda da TIM, Ana Cláudia da Silva.
Segundo ela, o dia normal e nem teve consulta sobre portabilidade. A TIM informou que na área com DDD 17, de Barretos e São José do Rio Preto, havia muitos pedidos de informações, mas também algumas migrações de usuários de outras operadoras. Em loja da Claro, nenhuma informação foi passada pelos funcionários sobre o assunto. A maior parte das operadoras optou por não cobrar do cliente a taxa de R$ 4 fixada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para a efetivação da troca da operadora.
O contato para solicitação da portabilidade deve ser feito com a operadora para a qual o usuário deseja se transferir.
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) informou que no primeiro dia de implementação da portabilidade numérica foram registrados 864 pedidos de troca de companhia telefônica com a manutenção do número do telefone. O balanço da Anatel foi atualizado até às 17h30. De acordo com os números da Agência, a região que registrou maior volume de pedidos foi Goiás (DDD 62), com 297 solicitações de troca de operadora. Em seguida, Mato Grosso do Sul (DDD 67), com 140 pedidos. Em São Paulo, a área de cobertura do DDD 17 teve 71 pedidos, enquanto a região de DDD 14, ainda em São Paulo, registrou 74 pedidos.