Todo mundo concorda que é desagradável. Mas a dor é um sentido muito importante para nós. Graças a ele podemos saber quando alguma coisa prejudica o nosso corpo. Por exemplo, quando encostamos a mão em alguma coisa muito quente, tiramos rapidamente porque isso nos traz uma sensação muito ruim. Se a gente não sentisse isso, a nossa mão ficaria lá… e o machucado seria muito maior. Então, a “ideia” é nos avisar da presença de coisas que podem nos prejudicar.
Há pessoas que não sentem dor (é muito raro mas acontece). A insensibilidade à dor pode ser congênita (genética) ou não. Algumas mutações causam isso, além de doenças como a hanseníase.
As pessoas que sofrem com isso vivem todas quebradas e arrebentadas! Pois não somente não interrompem quando fazem algo que as machuca, mas também não aprendem que determinadas atividades têm que ser evitadas… Podemos ter uma noção de como é isso quando saímos do dentista com a boca anestesiada. Nessas ocasiões, devemos evitar comer, pois poderíamos morder a nossa língua ou o lábio sem perceber.
Beliscões, tombos, tapas, tropeções, socos, arranhões… existem muitos estímulos que provocam dor. Sentimos cada um deles de maneira distinta porque existem diferentes tipos de células do sistema nervoso (neurônios) especializadas em detectar coisas que doem – os nociceptores. Cada um tem um papel diferente e pode ser ativado diferentemente por esses estímulos. Por exemplo, alguns fornecem informação ao cérebro apenas no início do estímulo (e às vezes no final), enquanto outros permanecem ativados todo o tempo.
Esses mecanismos de funcionamento da dor estão sendo estudados com o objetivo de se buscar novos tratamentos. No caso de machucados que causem hematoma (mancha roxa), por exemplo, os cientistas estão descobrindo que o “vazamento” de sangue ou linfa no local da batida libera substâncias químicas que estimulam diretamente os nociceptores daquela região do corpo, além de disparar um processo inflamatório que pode trazer mais dor ainda. Outra descoberta recente é sobre a coceira, que antigamente acreditava-se que era um tipo de dor. Porém, descobriu-se que são outros neurônios sensoriais que estão envolvidos nesse processo.
Existem casos de machucados mais graves, que danificam o próprio neurônio responsável por perceber a dor, que então fica especialmente ativo. Somando tudo isso, o tipo de dano e a intensidade, essas agressões ou acidentes que sofremos podem nos causar sensações bem diferentes (e nada boas). E certamente a intensidade da dor pode variar bastante. É a diferença entre um tombo de um degrau ou cair de uma árvore bem alta.