Na vitrine de uma loja no centro de Nairóbi, um manequim nu se destaca com uma cobertura metálica sobre os órgãos genitais: esse é o polêmico cinto de castidade para homens que começou a ser comercializado com o pretexto de proteger os quenianos de suas mulheres. A cueca de ferro, que é trancada com um cadeado de “extrema segurança”, passou a ocupar um lugar entre ternos, camisas e gravatas há algumas semanas, após ser noticiado o caso de uma mulher da cidade de Nyeri que cortou o pênis do marido como vingança por infidelidade.
O incidente inspirou o proprietário deste estabelecimento que, com chapas de metal e um grande cadeado, descobriu um meio de proteger os genitais masculinos contra possíveis atos violentos de suas esposas. “Depois dos incidentes ocorridos em Nyeri, buscamos algo como isso. Todos sabem que é melhor prevenir do que remediar, então desenvolvemos essa ideia, para prevenir”, contou Kelvin Omondi, funcionário da loja em Koinange Street, no centro da capital queniana.
O curioso acessório sai por 1.200 xelins (R$ 40 aproximadamente), ele é feito sob medida para o cliente. Os clientes interessados, homens com idade entre 25 e 35 anos, não explicaram por que precisam desses cinturões, mas “a razão é óbvia”, disse Omondi. “É como a pessoa que compra remédios. O que ela quer é curar o resfriado”, comparou.
Desde que o cinto de castidade apareceu na vitrina, todos passaram a ter diversas opiniões sobre o tema. Os pedestres que passam pela loja ficam surpresos quando observam o acessório, que parece ter sido tirado da Idade Média.
Segundo o mito – questionado por historiadores -, a origem desses acessórios remete à Idade Média, quando os maridos obrigavam as esposas a usá-los enquanto eles lutavam na guerra ou simplesmente se ausentavam por um longo tempo, para evitar infidelidades sexuais.
É dito que o cadeado que trancava o antigo cinto de castidade tinha duas chaves: uma ficava com o marido e a outra com o sacerdote. Se o marido não voltasse em quatro anos, o sacerdote poderia libertar a mulher da “prisão sexual”.
Agora, os cintos de castidade que pretendem fazer sucesso em Nairóbi querem se adaptar aos novos tempos e às novas necessidades da sociedade queniana: servir como proteção das vinganças de mulheres que sofrem infidelidades. “Não se deve esquecer de manter a chave longe da esposa, senão não serve de nada”, lembrou o inventor do novo produto.
Imagina se a moda pega aqui no Brasil? Vai faltar cinto de castidade no mercado!