Algumas coisas não têm explicação aceitável. Este é um desses casos.
Nada, absolutamente nada pode justificar o fato de uma criança de apenas 4 meses de idade que acabou morrendo ter sido enterrada em um armário de cozinha. Simplesmente porque a prefeitura de Uruburetama, no Ceará, não tinha um caixão para ela.
Uma criança. Morta. Enterrada em um armário de cozinha. Não tem desculpa.
O programa de Vem Que Tem, da TV Jangadeiro, afiliada do SBT, tentou encontrar a resposta depois que as imagens da criança em um caixão improvisado começaram a aparecer nas redes sociais, informa a Tribuna do Ceará. É o papel do jornalismo. Apurou-se que a Prefeitura havia feito em maio deste ano uma licitação para comprar 220 caixões, sendo 80 para crianças, no valor de R$ 118.499,60. A população do município é de pouco mais de 20 mil habitantes.
Mesmo diante da frieza dos números, a verdade inexorável aponta que nenhum caixão estava disponível para aquele bebê. Nilzete Zeidan, secretária de Saúde da cidade, colocou a culpa em um atraso da empresa funerária que venceu a licitação para o fornecimento dos caixões. A empresa também se pronunciou, afirmando que o caixão não chegou porque o veículo que o transportava teve falha mecânica.
A Prefeitura disse que não tolerava o atraso e que tomaria as medidas cabíveis. É difícil imaginar que “medidas cabíveis” poderiam confortar a família que teve que improvisar um armário de cozinha como caixão para enterrar seu bebê de 4 meses falecido. Como dito na primeira frase deste post, não há explicação plausível. E não há qualquer reparação equivalente.