Um idoso de 70 anos foi morto por um policial militar na tarde desta terça-feira (7) no bairro do Tatuapé, zona leste de São Paulo. O caso ocorreu durante uma abordagem policial a dois homens que estavam em uma motocicleta na rua Platina.
Ferroviário aposentado, Clóvis Marcondes de Souza não tinha relação alguma com a perseguição. Segundo a assessoria de imprensa da PM, durante a abordagem, um disparo acidental atingiu o idoso, que estava na calçada. Apesar dos esforços de socorro, ele não resistiu aos ferimentos. Clóvis faria 71 anos no dia 27 de maio e era casado, deixando dois filhos.
O autor do disparo, cuja identidade e patente não foram reveladas, afirmou aos seus superiores que o tiro foi acidental. Ele foi preso em flagrante e encaminhado ao Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte da capital de São Paulo.
A Polícia Militar, em nota, lamentou a morte do idoso e destacou que segue rigorosos protocolos operacionais e mantém treinamentos constantes para aprimorar as técnicas de abordagem. A instituição afirmou que, quando ocorrem falhas, toma medidas cabíveis, incluindo a punição dos agentes e a revisão dos protocolos.
A Secretaria da Segurança Pública declarou que um Inquérito Policial Militar foi instaurado e que todas as medidas cabíveis serão adotadas diante dos fatos. O caso está sob investigação no 36º DP (Vila Mariana), mas não há menção sobre o registro da ocorrência na Polícia Civil.
Esta não é a primeira morte por disparo acidental envolvendo a Polícia Militar este ano. Em fevereiro, o atendente de farmácia Luan dos Santos, 32 anos, foi morto durante uma abordagem na rodovia Anchieta, em Santos, na Baixada Santista.
Segundo o boletim de ocorrência, o policial atirou uma vez e de forma acidental, mas o laudo pericial apontou duas perfurações no corpo da vítima, levantando questionamentos sobre o ocorrido. O caso é investigado pela 3ª Delegacia de Homicídios da Deic de Santos, com acompanhamento do Ministério Público e do Poder Judiciário. A Polícia Militar também instaurou um Inquérito Policial Militar.
A gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) contestou o laudo do IML e alegou que o suspeito apresentou duas perfurações, e não dois disparos, como afirmava a reportagem. A família de Luan dos Santos exige justiça diante das inconsistências apresentadas.