sexta, 20 de junho de 2025
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Policial militar condenado por homicídio é preso por corrupção em presídio

Um policial militar de 21 anos, que havia sido condenado a 29 anos de prisão por matar um homem em Cedral (SP) devido a uma dívida de R$ 300 em…

Um policial militar de 21 anos, que havia sido condenado a 29 anos de prisão por matar um homem em Cedral (SP) devido a uma dívida de R$ 300 em cocaína, foi novamente preso nesta terça-feira (11). Desta vez, a prisão ocorreu sob suspeita de envolvimento em um esquema de corrupção dentro do presídio Romão Gomes, na Zona Norte de São Paulo, após uma operação da Corregedoria da Polícia Militar.

Eduardo José de Andrade e outros três policiais militares são acusados de cobrar propina para permitir a entrada de celulares, drogas e anabolizantes na unidade, que é destinada a policiais que aguardam julgamento ou já foram condenados pela Justiça. Os quatro presos trabalhavam dentro do próprio presídio Romão Gomes. Parentes deles e de alguns detentos também estão sendo investigados por participação no esquema.

Início da Investigação e Colaboração do PM

A investigação da Corregedoria começou em fevereiro de 2024, após a descoberta de um celular e um carregador escondidos na cela do soldado Eduardo.

Condenado pelo assassinato de João Gonsalves Filho, de 39 anos, com um tiro na cabeça, Eduardo José de Andrade decidiu colaborar com as investigações e revelou como funcionava a rede de corrupção. Com a sentença do homicídio, a Justiça já havia determinado a perda do cargo de policial militar e, consequentemente, da função pública do homem.

De acordo com o depoimento do PM, dois sargentos responsáveis pela guarda da unidade permitiam a entrada dos itens ilegais. A esposa de um dos presos teria o papel de levar os celulares até as celas nos dias de visita.

Novas Apreensões e Prisões

Em fevereiro deste ano, uma nova apreensão de celulares reforçou a suspeita de um esquema estruturado. Cinco aparelhos foram encontrados com um cabo que exercia a função de carcereiro no presídio. Para a Corregedoria, o novo flagrante confirmou que o caso de 2024 não era isolado, reforçando o envolvimento de mais PMs.

A Justiça Militar decretou a prisão preventiva dos quatro policiais militares. Eles são investigados por crimes como corrupção, tráfico de drogas e associação criminosa. Agora, permanecem presos na mesma unidade onde teriam cometido os crimes.

A quebra de sigilo telefônico de Eduardo Andrade revelou ainda conversas com dois traficantes de drogas, que são suspeitos de fornecer entorpecentes revendidos no presídio. Segundo a investigação, a irmã de Andrade recebia a droga, e a mulher dele levava o carregamento até a unidade.

A Corregedoria também encontrou transferências bancárias entre a irmã e a mulher de Andrade e os soldados Felipe Oliveira Mazola e Felipe Moreira da Silva, que também trabalhavam no Romão Gomes. Além desses dois, outros dois PMs são investigados por participação no esquema: o cabo Nilson Moreira da Silva, suspeito de fornecer anabolizantes a presos, e o soldado Moreno Maximiliano Rocha, investigado por receber dinheiro de detentos e de familiares.

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