Um policial militar da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) do Morro do Alemão, no Rio de Janeiro, disse em depoimento que pode ter sido o autor do disparo que matou o menino Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos. Eduardo foi morto na porta de casa na última quinta-feira durante uma ação policial na favela. As informações são do jornal O Globo.
De acordo com a publicação, o policial disse acreditar ter sido o autor do disparo, considerando a sua localização no momento da morte e a posição do corpo do garoto. O policial estava perto de uma mata na favela Nova Brasília quando ocorreu a tragédia.
Ainda segundo O Globo, depois de prestar depoimento, o policial teve um surto psicótico e foi internado no Hospital Central da Polícia Militar.
A publicação afirma ainda que, até agora, dois soldados disseram ter atirado para revidar disparos feitos por criminosos, mas apenas um admite a possibilidade de ter atingido a criança.
Há a suspeita que os policiais tenham recolhido o projétil que atingiu a cabeça do menino Eduardo. A bala não foi encontrada. Se isso for comprovado, os soldados envolvidos podem responder por fraude processual.
O caso está sendo investigado pela Divisão de Homicídios da Polícia Civil e também pela 8ª Delegacia de Polícia Judiciária das UPPs. A Divisão de Homicídios deve realizar uma reconstituição da morte do garoto na semana que vem.
Segundo o ISP (Instituto de Segurança Pública), de 2008 a 2013, foram 829 pessoas atingidas por bala perdida em todo o estado do Rio de Janeiro. No mesmo período, 62 pessoas morreram vítimas destes projéteis. Não há dados oficiais mais recentes sobre o tema. Porém, levantamento da ONG Rio de Paz mostra que 17 crianças foram mortas por balas perdidas entre 2007 e 2015.