A delegada Eda Leci Honorato quer a quebra de sigilo do telefone do empresário para tentar identificar ligações dele a um casal rio-pretense várias vezes por celular, no dia do rapto.
A Justiça expediu sexta-feira passada o mandado de prisão do empresário italiano Antonio Boccia, acusado de rapto de seu filho, Andrea, há 9 dias, em Fernandópolis.
O documento foi juntado a partes do inquérito em andamento na Delegacia de Defesa da Mulher e será levado à Itália pela mãe Renata Dagostino, para tentar reaver a criança. A família já possui uma liminar da Justiça para a busca e apreensão da criança. A ordem de prisão tem validade apenas no território brasileiro e só poderá ser cumprido se Antonio Boccia retornar ao Brasil.
A delegada Eda Leci Honorato quer a quebra de sigilo do telefone do empresário para tentar identificar ligações dele a um casal rio-pretense várias vezes por celular, no dia do rapto. Ela diz que a lista das ligações é fundamental para confirmar a participação do casal no crime. Em depoimento, semana passada, o casal afirmou apenas que conheceu Antonio Boccia no avião e que separou-se dele após o desembarque, em Rio Preto.
Para Renata D’Agostino, o empresário teve ajuda de brasileiros para deixar o país e ir para a Itália. Ela disse sábado em entrevista a uma emissora de rádio, que o ex-marido faz parte de uma rede de pessoas que o ajudaram a fugir com a criança.
Renata D’Agostino reafirmou a acusação de que o ex-marido praticou pedofilia contra seus filhos na Itália, e que está disposta a levar o caso adiante, mesmo diante de dificuldades enfrentadas na Justiça daquele país. Na entrevista ela acusa duas oficiais de Justiça de corrupção, praticada por Boccia, e diz acreditar que no Brasil ele deu golpe até na Polícia Federal.
Sobre a acusação de pedofilia, Renata D’Agostino revelou que possui cópia de um filme onde o empresário aparece molestando sexualmente o filho mais novo. A fita, segundo ela, foi roubada de Antônio.
A viagem de Renata D’Agostino para a Itália depende de autorização da Justiça brasileira e da conclusão do inquérito policial aberto na Delegacia da Mulher.
Após conseguir a quebra de sigilo telefônico do italiano, a delegada Eda Honorato, deverá tomar novo depoimento do casal rio-pretense suspeito de ajudar Antonio Boccia.