Três membros do PCC foram presos nesta terça-feira (19) suspeitos de assassinar seis jovens na primeira chacina do ano na zona sul de São Paulo.
A Polícia Militar descobriu que os amigos desaparecidos durante o carnaval na região do Capão Redondo e que foram encontrados mortos em um cemitério clandestino, no Jardim Ângela, no dia 09 deste mês, foram executados em uma sessão do tribunal do crime.
Os corpos de Jean Delfino de Azevedo, Caíque Felipe Vieira de Lima, Wesley Rodrigues de Souza, Alef de Souza Silva e dos irmãos Renato e Romário Silva Gomes, com idades entre 19 e 27 anos, foram encontrados em avançado estado de decomposição.
Segundo testemunhas, eles foram mortos no interior da Favela da Portelinha, na Rua Olímpio Rodrigues de Araújo, no Valo Velho. No dia em que desapareceram, os amigos de infância estavam na calçada, perto de suas casas, usando narguilé, quando um suspeito tentou roubar a motocicleta de um deles, estacionada a poucos metros.
Eles teriam evitado o roubo e, logo depois, o suposto ladrão, parente de um integrante do Primeiro Comando da Capital, apareceu morto. Em represália, os seis amigos foram sequestrados, julgados em uma sessão do “tribunal do crime” e depois executados.
Familiares chegaram a fazer campanhas em redes sociais à procura de informações sobre os rapazes antes da localização do cemitério clandestino.
No início da noite desta terça-feira (19), três criminosos, suspeitos de participação nos assassinatos, foram presos pela PM. Alberto Mota Gonçalves, conhecido como “Capão”, chefe do tráfico de drogas na região do Capão Redondo, foi detido junto aos comparsas Jorge Yuri Barbosa, o “Orelha” e Higor Lourival Nascimento, o “De Menor”.
O trio foi surpreendido em um barraco na mesma Favela da Portelinha onde teria ocorrido a sessão do tribunal do crime. Com os bandidos, os militares apreenderam uma quantidade de maconha, embalagens usadas para acondicionar a droga e celulares. Uma foto dos jovens no cativeiro, encontrada no local, ajudou os policiais a identificar os autores da chacina.
No barraco, que serviu de cativeiro para os amigos, ainda havia muitas manchas de sangue. O chefe do tráfico, ao ser preso, ofereceu R$ 300 mil aos PMs por sua libertação. Os três bandidos, todos com passagens por tráfico de drogas, foram conduzidos ao DHPP, onde a chacina é investigada.