A polícia prendeu nesta segunda-feira 10 chefes de torcidas organizadas da Juventus devido à suspeita de que chantagearam dirigentes do clube italiano para obterem ingressos gratuitos para venderem no mercado negro.
Os 10 líderes das torcidas “ultras”, notórias por sua violência e seu racismo, estão entre os 37 acusados de ameaçar causar tumultos e entoar cânticos racistas a menos que o time lhes conceda entradas gratuitas para revenda.
As prisões ocorreram após um inquérito de um ano da unidade especial de investigações da polícia de Turim, desencadeado por uma denúncia da Juventus de que o clube estava sendo chantageado por seus próprios torcedores.
A polícia realizou 39 buscas em 14 cidades pequenas e grandes do norte e do centro da Itália como parte de sua operação nesta segunda-feira. O futebol italiano vem sendo assolado por investigações criminais, violência de torcidas e racismo há anos. Neste mês, o atacante Romelu Lukaku, da Inter de Milão, foi alvo de ofensas racistas em seu segundo jogo no país desde que saiu do Manchester United.
Os presos desta segunda-feira enfrentam uma série de acusações, como conspiração criminosa, extorsão, lavagem de dinheiro e agressão, disse um comunicado da polícia, acrescentando que dois outros torcedores foram submetidos a prisão domiciliar. A Juventus não quis comentar.
No ano passado, procuradores iniciaram outra investigação, ainda em andamento, sobre alegações de que a máfia da Ndrangheta, radicada na Calábria, região do sul do país, se infiltrou nos ultras no estádio Allianz do clube de Turim.
A Juventus é o time mais bem-sucedido da Itália, tendo vencido a liga nacional nas últimas oito temporadas e a Copa da Itália 13 vezes, um recorde.