Mais um caso de estupro foi registrado na madrugada de ontem, no Jardim Universitário.
Um casal, que estava no interior de um veículo, foi rendido por dois homens. Após roubarem os pertences das vítimas, trancaram o motorista no porta-malas do automóvel e passaram a abusar sexualmente da passageira.
A Polícia Militar foi acionada e prendeu em flagrante os acusados, que estão na cadeia pública à disposição da justiça e podem pegar até 20 anos de prisão.
O crime
De acordo com a Polícia Militar, por volta de 1h, o segurança R.A.C., 34 anos, e o guarda noturno, J.R., 18 anos, seguiram até o Jardim Universitário em um veículo, Chevrolet /Celta prata, e estacionaram próximo de dois automóveis que já estavam no local.
A dupla desceu já encapuzada, abordou o primeiro veículo e questionou o que o casal estava fazendo ali, mas não fez menção de estar armado algo. O motorista, percebendo que se tratava de uma tentativa de assalto, evadiu-se do local.
Neste momento, os assaltantes foram até o segundo automóvel, onde, mediante ameaças, renderam um casal e obrigaram ambos a descer do carro. Bandidos passaram a exigir dinheiro e celulares. Em seguida, o rapaz foi trancando no porta-malas e assaltantes exigiram que a moça praticasse sexo oral neles.
Foi quando um outro homem que passava pelo local de moto, também foi surpreendido por um dos bandidos encapuzados. Ele entrou na frente da motocicleta, perguntou o que ele fazia por ali e exigiu que a vítima entregasse o celular.
“Eu disse que não tinha celular e ele passou a me ameaçar dizendo que não estava de brincadeira. Foi quando ele levantou a camiseta e mostrou a arma. Então, ele mando eu ir embora. Achei que ele iria disparar pelas minhas costas. Foi aí que eu vi a menina chorando”, disse uma das testemunhas que preferiu não se identificar.
Ao deixar o local, o motociclista avistou a viatura e informou sobre o crime ainda em andamento.
Detidos
Após serem informados policiais militares solicitaram reforços e se deslocaram rapidamente até o local indicado, onde prenderam dois autores em flagrantes.
A dupla detida e as cinco vítimas compareceram ao plantão policial onde a ocorrência foi registrada. Em depoimento, os dois autores confessaram os crimes e disseram que foram até o local com intenção de apenas roubar. Porém, acabaram abusando sexualmente da vítima.
Foram localizados em poder dos acusados quatro toucas ninja, um par de luvas, três aparelhos celulares, sendo dois de uma das vítimas, um rádio receptor na frequência da Polícia Militar e a arma usada na ação, que era de brinquedo. Devido à má iluminação do local, não era possível perceber que o simulacro não era real.
Os dois foram autuados em flagrante pelo delegado plantonista Thiago Silva Pereira pelos crimes de tentativa de roubo e estupro (ato sexual diverso da conjunção carnal sob grave ameaça), sendo recolhidos à Cadeia Pública de Votuporanga, onde permanecerão à disposição da justiça.
Se forem condenados, poderão pegar até 20 anos de prisão, dez anos pelo crime de estupro e mais dez pela tentativa de homicídio.
De acordo com a Polícia Civil, R.A.C., 34 anos, já respondeu por tentativa de homicídio. A delegada Edna Freitas orienta que se houver mais vítimas dos dois acusados, devem procurar a Delegacia de Defesa da Mulher e registrar queixa.
No final da tarde de ontem, a dupla será transferida da cadeia local para uma penitenciária de segurança máxima da região.
Um estupro é registrado a cada 12 dias
Dados da Secretaria de Segurança Pública revelam que no primeiro semestre de 2013 foram registrados, na cidade de Votuporanga, 14 casos de estupro. Uma média de um registro a cada 12 dias.
Se comparados os números deste ano aos de 2013, houve uma redução de 30% neste tipo de ocorrências. Enquanto em 2012 foram 20 ocorrências registradas no primeiro semestre, neste ano são 14.
De acordo com a delegada titular da Delegacia de Defesa da Mulher, Edna Freitas, os números podem ser maiores, mas muitos casos não são denunciados, principalmente quando envolve crianças e adolescentes.
“Existem casos que não chegam ao nosso conhecimento, pois as vítimas não denunciam. Principalmente quando envolvem crianças e jovens. Normalmente quem detecta este mal são as escolas, que notam comportamento diferente da criança e, quando descobrem, procura as autoridades. Dificilmente a denúncia parte de um familiar. É muito raro”, diz a delegada.
Segundo a lei nº. 12.015, de 7 de agosto de 2009, é considerando crime de estupro quando o ato “constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso”. Com pena de reclusão, de seis a dez anos.
“A pena é aumentada caso o crime seja cometido contra adolescente maior de 14 e menor de 18 anos ou se o resultado for lesão corporal de natureza grave” conclui delegada.