Arrastão da Polícia Militar flagrou na madrugada de ontem 48 adolescentes na boate Hill Country em Rio Preto.
Destes, 28 foram dispensados no local e 20 foram levados à Central de Flagrantes, porque segundo a PM, admitiram ter ingerido bebida alcóolica. Mesmo assim, apenas três – um de 15 anos e dois de 16 – apresentavam sinais de embriaguez, segundo a própria polícia. Outro, de 16 anos, tinha uma porção de cocaína no bolso.
Todos foram liberados depois que seus responsáveis assinaram termo de compromisso. A polícia apreendeu ainda dois litros de uísque, cinco garrafas long neck e seis latas de cerveja vazias próximas aos adolescentes. A PM fez o cerco à boate depois de receber denúncias de que haveria lá dentro consumo de drogas e venda de bebida alcoólica a menores, segundo o major Luís Roberto Vicente.
Ele pretende encaminhar amanhã relatório à Prefeitura e ao Ministério Público, pedindo o fechamento do local. A Vara da Infância e Juventude proíbe a entrada de menores em casas noturnas e a infração administrativa pode resultar até no fechamento do estabelecimento. O dono da boate, Hery Winkel Katewinkel Júnior, 26, poderá responder por fornecimento de bebida alcoólica a menor, com base no artigo 243 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A pena é de dois a quatro anos de prisão e multa.
Katewinkel Júnior negou a venda de bebida alcoólica aos menores. Disse que o uísque apreendido não é vendido em sua boate. Ele disse ainda que o local não permite a entrada de adolescentes. Ao Diário, o proprietário alegou que os menores foram abordados do lado de fora pela PM.
A polícia também encontrou no chão 35 frascos com líquido parecido com lança-perfume, dez porções de maconha, 29 de cocaína e quatro pedras de crack, além de quatro rádios de comunicação. A polícia localizou também armas brancas com um segurança: dois canivetes, dois socos ingleses, três algemas, uma barra de ferro, um punhal, além de gás de pimenta.
“O que esse empresário está fazendo é um descaso total para com a Justiça e a lei”, falou o promotor da Infância e Juventude, Cláudio Santos de Moraes. O juiz da Infância, Osni Assis Pereira, falou que irá analisar o caso quando recebê-lo da polícia.