sábado, 19 de abril de 2025
Pesquisar
Feche esta caixa de pesquisa.

Polícia investiga “Hitler da Bahia”, jovem militar suspeito de estupros virtuais

Luis Alexandre de Oliveira Lessa, um soldado de 20 anos do Exército Brasileiro e praticante de jiu-jitsu, é o centro de uma investigação alarmante que revela sua vida dupla: enquanto…

Luis Alexandre de Oliveira Lessa, um soldado de 20 anos do Exército Brasileiro e praticante de jiu-jitsu, é o centro de uma investigação alarmante que revela sua vida dupla: enquanto para amigos e familiares ele era um jovem comum, no ambiente virtual, ele se autodenominava “Hitler da Bahia” e liderava um grupo de adolescentes no Telegram que cometia crimes graves, incluindo estupro virtual e incitação à automutilação.

Lessa foi preso em novembro de 2024, em Salvador, sob a acusação de liderar o grupo “Panela Country”. As investigações, iniciadas em outubro de 2024 após uma denúncia anônima, revelaram uma rede de crimes que se estendia por vários estados do Brasil. A operação Nix, que envolveu ações simultâneas em São Paulo, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais e no Distrito Federal, resultou na prisão de Lessa e na apreensão de três adolescentes.

Os “panelas” são pequenos grupos virtuais formados por jovens em plataformas como Discord e Telegram, onde os membros, conhecidos como “paneleiros”, se envolvem em atividades ilícitas e violentas. A “Panela Country”, que começou com dois adolescentes, cresceu rapidamente, atingindo mais de 600 membros.

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou Lessa por uma série de crimes, como pedofilia, violência psicológica contra mulheres, cyberbullying, perseguição, incitação ao crime, divulgação de pornografia, invasão de dispositivos de uso policial e divulgação de informações sigilosas.

Devido à sua condição de militar, Lessa foi inicialmente detido no 6º Batalhão de Polícia do Exército, mas recentemente a Justiça autorizou sua transferência para uma cadeia pública enquanto aguarda julgamento. Os membros do grupo eram aliciados por meio de desafios que, na verdade, se transformavam em manipulação emocional e exploração sexual.

Mensagem destacada enviada por Lessa, conforme apontado pelo MP-SP. Foto: Divulgação

Um dos desafios mais comuns era a “plaquinha”, que envolvia escrever o nome da “panela” em um papel ou, em versões mais extremas, na pele com objetos cortantes. Os jovens eram incentivados a compartilhar imagens íntimas e, em muitos casos, eram ameaçados de exposição caso não cumprissem as demandas dos líderes.

As vítimas do grupo eram majoritariamente mulheres, mas meninos também estavam sujeitos a ameaças e extorsões. Os agressores, que eram em sua maioria adolescentes, utilizavam chantagem sexual para forçar as vítimas a se exporem sexualmente em sessões ao vivo.

Além disso, relatos indicam que animais também eram vítimas de violência nas sessões de tortura promovidas pelo grupo. Lessa foi identificado como o responsável por um ataque em massa contra uma jovem de 16 anos, onde expôs fotos íntimas dela e de suas amigas, obtidas através de bancos de dados sigilosos.

A defesa de Lessa solicitou habeas corpus, alegando constrangimento ilegal, mas o pedido foi negado. A Advocacia-Geral da União contestou a reintegração de Lessa ao Exército, afirmando que sua condição física era anterior à entrada na corporação.

Notícias relacionadas