A Polícia Federal de Rio Preto deflagrou ontem operação para desmantelar a quadrilha de traficantes de drogas que tinha como líder Osvaldo Altino Juliano Filho, o Finovo, ligado a Fernandinho Beira-Mar. No total, foram cumpridos nove mandados de busca. Cinco pessoas foram presas – há duas foragidas e outras duas já estavam detidas.
Em um imóvel pertencente à quadrilha, em Campinas, foram apreendidos 300 quilos de cocaína, avaliados em R$ 3 milhões, além de três armas e coletes à prova de balas. Na região também foram apreendidos pelo menos dois carros, cinco motos e um cavalo (carroceria) de carreta. Finovo já cumpriu pena pelo mesmo crime depois de ser considerado, em 2002, um dos donos de um cargarregamento de 449 quilos de cocaína, que viria de avião de Rio Verde (GO) para a região.
Na ocasião, ele já era fugitivo do antigo Cadeião de Rio Preto por tráfico de drogas. A operação, em parceria com a Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise), Polícia Civil, com apoio da Polícia Militar, teve início há seis meses com investigações da Polícia Federal e levou o nome de Operação Fim. Os policiais identificaram Finovo como o principal fornecedor de drogas para a região e investigaram pessoas ligadas a ele para descobrir onde seria o depósito da quadrilha.
O líder estava em liberdade há um ano, depois de cumprir pena por tráfico. Porém, logo depois de sair da cadeia teria voltado a comandar o tráfico de drogas no Noroeste paulista. A quadrilha era responsável pelo abastecimento do tráfico nas regiões de Rio Preto e de Araçatuba. O entorpecente vinha da capital e era distribuída pelos cabeças do grupo para traficantes da região. A polícia não divulgou como o entorpecente era transportado e como funcionava o sistema de entrega.
A polícia cumpriu os mandados de prisão temporária, concedidos pela 2ª Vara Criminal de Rio Preto, em Bady Bassitt, Rio Preto, Araçatuba e Campinas. Os cinco presos, entre eles quatro homens e uma mulher, deverão responder por tráfico e associação ao tráfico. Eles foram levados à sede da Polícia Federal, em Rio Preto, e seriam transferidos para a cadeia pública de Catanduva. De acordo com informação da polícia, o depoimento deles só acontecerá hoje. Os advogados dos presos estiveram na tarde de ontem na Polícia Federal, mas preferiram não comentar o caso porque ainda não tinham tido acesso ao processo e não haviam conversado com seus clientes.
Prisões e 449 kg de cocaína
Osvaldo Altino Juliano Filho, o Finovo, era o braço direito de Romilton Queiroz Hossi, considerado um dos membros mais importantes da hierarquia do tráfico de drogas comandado por Fernandinho Beira-Mar. Finovo e Hossi foram abordados no dia 18 de fevereiro de 2002 perto do pedágio da rodovia Washington Luís (SP-310), em São Carlos. Hossi já era investigado desde 2001 depois que uma aeronave com cocaína, que seria dele, caiu na fazenda da família Fittipaldi, em Araraquara. Já Finovo era fugitivo do antigo Cadeião de Rio Preto, onde cumpria pena por tráfico de drogas. Após a fuga, em 1997, dois carcereiros foram presos acusados de deixar dois presos escapar.
Com a prisão dos traficantes, os policiais chegaram até um carregamento de 449 quilos de cocaína, que estava em um avião prestes a decolar no aeroporto de Rio Verde (GO). A quadrilha tinha, na época, ramificações em São Paulo e em Rondônia, além da Bolívia. Na ocasião, o piloto do avião Iran Tabô Faria também foi preso.