A PF de Jales identificou um advogado da cidade que se passava por delegado federal para empregar sua esposa em empresas do município. Em troca, ele oferecia favores da PF à empresa, prometendo inclusive, intermediar solicitações à PM da região.
No final do mês de janeiro, a PF de Jales recebeu informações dando conta que um homem, que dizia ser delegado federal em Jales, estaria fazendo diversos contatos telefônicos para empresas da cidade objetivando empregar uma mulher.
A partir destas informações, policiais federais realizaram diversas diligências e receberam informações que uma mulher, indicada por um delegado federal, faria uma entrevista em uma empresa da cidade. No dia da entrevista na empresa, policiais federais à paisana acompanharam a chegada da mulher indicada pelo falso delegado federal.
Durante a entrevista de emprego ela confirmou à gerente da empresa que já havia trabalhado na Polícia Federal de Jales e que era amiga de um delegado federal da cidade. Um dos policiais federais que estavam no local, passando-se por supervisor da empresa, também entrevistou a mulher que ao final confessou que tudo se tratava de uma mentira idealizada pelo marido, que é advogado em Jales.
M.L.C.F., advogado, 46 anos, residente em Jales (SP) foi identificado e indiciado pela PF e responderá pelos crimes elencados nos artigos 332 e 307 do Código Penal Brasileiro que somados podem acarretar pena de prisão de até seis anos.
Ele já foi preso anteriormente por tráfico de drogas e tentativa de homicídio e atualmente responde a procedimento disciplinar na OAB de Jales por outros motivos.
Duas empresas que foram contatadas pelo falso delegado federal foram identificadas, porém, outras ainda não identificadas podem ter sido constrangidas pelo indiciado objetivando a obtenção de favores de cunho pessoal. Ele foi ouvido pelo chefe da Polícia Federal de Jales, Delegado Federal Cristiano Pádua da Silva e confessou a prática do crime.
M.L.C.F. relatou que teve a ideia de se passar por delegado federal, pois um amigo conseguiu empregar familiares em empresas da região dizendo que era juiz federal. Ele não quis revelar quem era o amigo e quais empresas foram contatadas.
“Diligências complementares serão realizadas com o objetivo de identificar outras empresas vítimas do falsário. Caso alguma empresa tenha passado por situação semelhante, favor entrar em contato com a PF de Jales para que as providências cabíveis sejam tomadas”, diz a PF em nota.