Segurança: Pelo menos 750 policiais federais atuam, desde ontem, em 11 Estados para combater e desarticular grupos criminosos que operavam ilegalmente na produção e comercialização de cigarros em três países: Brasil, Paraguai e Uruguai. Desde a manhã desta terça-feira, 116 ordens de prisão e 135 mandados de busca e apreensão são cumpridos na operação, denominada Bola de Fogo. Mais de 90 pessoas já foram presas, entre empresários, advogados e servidores públicos. Em São Paulo, foi preso um inspetor da Receita Federal. Na casa dele, os policiais apreenderam 500 mil dólares e quatro carros de luxo. Os presos são acusados de vários crimes, como sonegação fiscal, corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Estima-se que um dos grupos envolvidos deve aproximadamente 800 milhões de reais à Receita. Os indícios mostram que os grupos utilizavam inúmeras empresas de fachada e “laranjas”. Os cigarros eram fabricados e distribuídos sem selo de controle, sem documentação fiscal ou com documentação irregular. A investigação também apura um esquema de proteção em organismos fiscais e policiais. Além dos cigarros, parte da organização contrabandeava drogas, armas, pneus e gado. Mais de 23 mil caixas de cigarros pertencentes ao esquema foram apreendidas pela Polícia Federal nos últimos dois anos, avaliadas em aproximadamente 13 milhões de reais. A base da operação está no Mato Grosso do Sul, mas os policias estão atuando também no Rio Grande do Sul, Goiás, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Ceará, Rio Grande do Norte, Maranhão, Pará e Mato Grosso. Com a ajuda da Receita Federal, a operação Bola de Fogo é resultado de dois anos de investigações.
