

A Polícia Civil realizou, nesta quinta-feira (21), a reconstituição do crime que resultou na morte da estudante trans Carmen de Oliveira Alves, de 26 anos. O trabalho foi feito com base na versão de um dos suspeitos, o policial militar da reserva Roberto Carlos Oliveira. Uma nova reconstituição, seguindo a versão do namorado da vítima, Marcos Yuri Amorim, está agendada para a próxima semana.

Versões Contraditórias e Busca por Pistas
A reconstituição desta quinta-feira ocorreu nas imediações do sítio de Marcos Yuri, em Ilha Solteira, onde o crime teria acontecido. Segundo o delegado Miguel Rocha, que conduz a investigação, a equipe visitou três locais diferentes para onde o policial da reserva supostamente teria levado objetos ligados ao crime.
No entanto, as versões dos dois suspeitos são conflitantes. Marcos Yuri confessou que a jovem foi morta, mas culpou o ex-policial. Já Roberto Carlos nega a autoria do assassinato e responsabiliza o namorado da vítima. Para o delegado, o confronto entre as duas versões é fundamental para encontrar o corpo da estudante, que desapareceu em 12 de junho.
Evidências e Motivos Apontados
A investigação já possui evidências que corroboram a tese de assassinato. A perícia encontrou vestígios de sangue no sapato de Marcos Yuri e em uma lona, o que confirma que o corpo foi enrolado no material antes de ser descartado. As autoridades também encontraram ossos e um celular quebrado que podem ser de Carmen.
O delegado explicou que a motivação do crime seria a pressão da vítima para que Marcos Yuri assumisse o relacionamento, a descoberta de um dossiê que ela havia criado com evidências de crimes dele, além de um triângulo amoroso entre os dois suspeitos e a vítima.
O caso, que inicialmente foi tratado como desaparecimento, agora é investigado como feminicídio. Marcos Yuri e Roberto Carlos estão presos temporariamente, e o inquérito policial deve ser concluído até o dia 6 de setembro.













