A Polícia Civil prendeu seis pessoas em flagrante por pedofilia infantil por estar armazenando ou compartilhando material de cunho sexual envolvendo crianças e adolescentes nas cidades da região, na manhã de quinta-feira (22). Quatro pessoas foram presas em Rio Preto, uma em Votuporanga e outra em Novo Horizonte.
Os matérias apreendidos com os presos são compostos por filmes, vídeos e fotografias de crianças e adolescentes em plena atividade sexual com adultos.
De acordo com informações da polícia, entre os presos em Rio Preto estão um joalheiro de 68 anos e um motorista de 49 anos. Os dois permaneceram presos porque além de armazenar, eles compartilhavam conteúdos de pornografia infantil.
Um funcionário público municipal, de 27 anos, ligado à Secretaria de Saúde também foi preso em flagrante armazenando o conteúdo. Ele teve de pagar fiança de R$ 5 mil para ser liberado. Um técnico de informática, de 59 anos, também pagou fiança, arbitrada em R$ 3 mil, e foi liberado. Já em Votuporanga, a polícia flagrou um estudante de 19 anos armazenando o material, que pagou fiança de R$ 950. Em Novo Horizonte foi um comerciante que pagou R$ 2 mil. Todos vão responder em liberdade.
De acordo com o delegado seccional José Mauro Venturelli, as prisões foram realizadas em flagrante delito por crimes sexuais envolvendo adolescentes ou crianças.
“Essa investigação foi desenvolvida durante seis meses pelo setor de inteligência do Deinter 5 e nos permitiu chegar em residências onde pessoas estavam armazenando material de cunho sexual envolvendo criança ou adolescente e outros estavam compartilhando esses vídeos”, explicou o delegado.
Ainda segundo informações do delegado que coordenou a operação em Rio Preto, os conteúdos encontrados nas casas dos presos chocaram até os polícias. “São cenas explicitas de crianças e adolescentes em pleno ato sexual, algo totalmente repugnante, nojento, acima de tudo, e que viabilizou, em razão disso, os arquivos lá encontrados pela perícia, pela prova técnica no local, é que viabilizou o auto de prisão em flagrante dessas pessoas que infelizmente ainda continuam nessa prática horrenda”, colocou Venturelli.
A polícia também fez buscas em um condomínio de luxo na zona Sul de Rio Preto, mas ninguém foi preso no local. “Ali foram encontradas evidencias, resquícios de utilização de material de cunho sexual envolvendo crianças, mas isso só vai ser demonstrado e comprovado após o laudo técnico. Esse foi o único caso que não foi possível lavrar o flagrante do suspeito. Não foi possível abrir os arquivos mas a perícia vai fazer isso. A perícia tem condições de buscar arquivos que inclusive já foram deletados”, disse o delegado.
Cerca de mil homens da participaram da operação. Em Rio Preto e região foram 70 policias civil e mais de 20 viaturas. A perícia técnica esteve nos locais colheu as provas.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde divulgou uma nota informando que a prisão do funcionário público será apurada internamente: “Diante do fato envolvendo um servidor público da Secretaria de Saúde, preso durante a Operação Luz da Infância III, informamos que será instaurado procedimento administrativo para apurar o fato”, diz a nota.
Operação foi realizada em todo o território nacional e capital da Argentina.
A Operação Luz na Infância III foi realizada na última quinta-feira (22) em coordenação entre a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do Ministério da Segurança Pública e as Polícias Civis do Distrito Federal e de 18 estados, que cumpriram 69 mandados de busca e apreensão.
Nesta edição da operação, o Corpo de Investigações Judiciais (CIJ) do Ministério Público Fiscal da Cidade Autônoma de Buenos, Argentina, realizou operação simultânea e cumpriu 41 mandados de busca.
Os alvos internacionais foram identificados após atuação conjunta entre a Diretoria de Inteligência da Senasp/MSP e autoridades policiais da Argentina.
A Operação Luz na Infância 3 é fruto de cooperação entre a Secretaria Nacional de Segurança Pública, a Polícia de Imigração e Alfândega dos EUA (US Immigration and Customs Enforcement – ICE), o Corpo de Investigações Judiciais (CIJ) do Ministério Público Fiscal da Cidade Autônoma de Buenos Aires e as Polícias Civis do Brasil para o desenvolvimento e aprimoramento da atividade de repressão à exploração sexual infantojuvenil.
Luz na Infância
A Operação Luz na Infância teve início em outubro de 2017, quando foram cumpridos 157 mandados e presos 112 abusadores. Na segunda edição, ocorrida em maio de 2018, houve cumprimento de 579 mandados de busca, resultando na prisão de 251 pessoas.