A Delegacia de Investigações Gerais (DIG) e o Instituto de Criminalista realizaram na manhã desta quarta-feira (dia 29) a reconstituição do assassinato da voluntária Simone Moura Facini Lopes.
A vítima foi encontrada no último dia 12, morta e acorrentada sobre a cama de uma chácara no bairro Planalto em Rio Preto. Os dois suspeitos, detidos dias após o crime, participaram do procedimento. Familiares da voluntária acompanharam todo o trabalho a distância.
Segundo o delegado Alceu Lima de Oliveira Júnior, o crime foi premeditado por Francisco Lopes Ferreira, 64 anos. “Ele soube três dias antes do crime que a Simone deixaria de frequentar sua casa. Então no dia dos fatos, ele a convidou para fazer um almoço e cometeu o homicídio” afirma.
Alceu conta que as agressões duraram aproximadamente uma hora e meia e o primeiro golpe foi pelas costa da voluntária.
“O Francisco disse que a após almoçar a vítima estava sentada na cama (a sala do imóvel era usado como dormitório também) assistindo Tv e distraída. Neste instante, por volta do meio dia, ele desfere o primeiro golpe com a marreta contra a cabeça da vítima, que cai atordoada. Neste momento o agressor acorrenta a mulher sobre a cama e a estrangula. Uma hora depois Francisco volta atingir a cabeça da mulher outras duas vezes. Momento que encerra as agressões” explica Alceu.
O agressor afirma que os dois últimos golpes foram aproximadamente por volta das 13h30, uma hora e meia após a primeira agressão. Médicos Legistas apontam que Simone morreu entre as 17 e 19 horas.
Durante toda reconstituição Francisco afirmou que agiu sozinho e o segundo suspeito, Juvenal Pereira do Santos, de 47 anos, continua negar envolvimento no crime.
“Juvenal não consegue explicar o envolvimento, mas não confessa a participação. Mas ainda existem algumas coisas que não se encaixam, como as várias ligações ao 190. Francisco assume toda autoria e não atribui alguma culpa ao Juvenal. Agora vamos relatar todo o apurado no inquérito e aguarda a decisão da justiça” afirma o delegado.
No dia do crime, foi Juvenal que teria localizado o corpo de Simone e ligado para Polícia Militar comunicando o homicídio. “Ele (Juvenal) tem depoimento bastante conflitante e o que ele precisava esclarecer ainda está obscuro ”.
Ao término da reconstituição os dois suspeitos retornaram a Cadeia Pública de Catanduva onde ficarão presos, à disposição a justiça.
Protestos
Familiares, vizinhos e curiosos se reuniram em frente à chácara enquanto a reconstituição do crime acontecia. Com faixas de protestos de gritos de assassinos, parentes não continha as lágrimas.
Bastante emocionada Suzane Moura Facini Conrad, irmã de Simone, fala sobre o sentimento de justiça e o vazio que ficou.
“Mesmo se o suspeito ou os suspeitos forem presos, trará o sentimento de justiça. mas nada neste mundo irá aliviar nossa dor. Minha irmã era um exemplo de pessoa para todos. Ela tinha um carinho com as pessoas, sempre ajudando e fazendo o que podia para ajudar o próximo. Não poderíamos esperar outra coisa, a Simone morrer ajudando o outro. Este é o legado que ela deixou. Mas ficamos com coração mais aliviado em saber que a justiça está sendo feito e a Polícia Civil está se empenhando fazendo seu trabalho e investigando todas as informações” conta.
Entenda o caso
No último domingo Simone Moura Facini Lopes, 31 anos, que fazia trabalho voluntário foi encontrada morta e acorrentada sobre uma cama em uma chácara no Jardim Planalto. A vítima estaria seminua e apresentava sinais de agressões, laudos periciais apontarão se ela também sofreu violência sexual.
Uma marreta com vestígio de sangues foi apreendida próximo ao corpo. Simone apresentava pelo menos três ferimentos graves no crânio. Também havia respingos de sangue pelo corpo da mulher e nas paredes do cômodo.
Ainda dentro da casa, investigadores encontraram três chaves que abriam o cadeado que prendiam o corpo dela. Por estar seminua existe a suspeita de violência sexual e exames necroscópicos poderão apontar de a mulher foi estuprada.