O 1º Distrito Policial com apoio da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), Delegacia de Investigações Sobre Entorpecente (DISE) realizou a primeira “Operação Pirataria” no Shopping Popular, sexta-feira (07), por volta de 16h.
Segundo o delegado do 1º distrito policial, João Wagner Bertoncello, a operação nas barracas contou com sete policiais civis e culminou com vistoria em onze barracas e a apreensão de 5 mil DVDs e 1,5 mil CDs falsificados.
Para o delegado o objetivo da operação foi alcançado. “A delegacia geral do Estado determinou a operação, contudo, foram feitas diligencias no local e foram realizados os procedimentos de fiscalização e apreensão durante a operação”, explicou.
De acordo com Bertoncello, as mercadorias apreendidas foram encaminhadas para o Instituto de Criminalística (IC), onde o perito analisará as mercadorias. Após a perícia emite-se um laudo no qual informa se foi comprovada a falsidade do produto. Os proprietários dos Box, cuja mercadoria foi apreendida, responderão por meio de Inquérito Policial (IP) por crime de violação de direito autoral.
Ambulantes reclamam
Segundo Yusef Audin Baker, proprietário de barraca, os policiais civis chegaram de surpresa, cercaram os dois portões de entrada da Galeria Popular Alípio Gomes e foram passando a medida que olhavam para as barracas à procura de produtos pirateados. Na barraca em que os policiais acharam produtos, recolhiam tudo e colocavam em sacolas. “Na minha barraca passaram e seguiram em frente, na barraca não comercializo CD e DVD. Após a operação ouviam-se comentários para saber quanto foi apreendido de cada barraca e os prejuízos”, informou.
Segundo informações coletadas no local, o proprietário de uma das barracas teve prejuízo em torno de R$ 6 mil com mercadoria pirateada com a apreensão dos produtos falsificados.
De acordo com informações coletadas no local, o proprietário de uma barraca declarou que todos ficam desanimados após uma operação como essa, na qual perdem tudo, mas que não adianta meter a boca em policial, porque eles recebem ordens. Dizem, entretanto, que não tem como falar bem dos agentes.
“Se houvesse acordo dos cantores, para baixar o preço dos originais, eu passaria a vender original, quem não gostaria de trabalhar certo, dentro da lei. Vendendo produto pirata, a gente sabe que corre o risco de perder. O produto falsificado custa entre R$ 5 a R$ 8 e um CD original R$ 30 ou até mais e risca do mesmo jeito. Tem pessoas de classe alta que vêm até as barracas para comprar, mas tem pessoas de baixa renda que têm quatro filhos, ganham salário mínimo e que não têm condições de comprar. Então essas pessoas nunca poderão comprar CD e DVD?”, desabafou.
O proprietário ainda emendou que o computador intensificou a pirataria. “Durante a operação até comentei isso com um policial, qualquer um que tem um computador grava as músicas num CD ou filmes no DVD. Outro fator é que a gente pega ônibus bate e volta para o Paraguai ou para São Paulo, e quem está no mesmo ônibus e vai aos mesmos lugares? Comerciantes que possuem lojas no centro da cidade? Eles (lojistas) compram produtos falsificados como os camelôs e isso também se inclui como pirataria e a população compra como se fosse autêntico . Posso citar exemplos como: calça jeans de grife e aparelhos eletrônicos, mas na verdade somente os camelôs são taxados, às vezes até de “bandido” e tem mercadorias apreendidas pela polícia”, reclama.
Outra proprietária de barraca a princípio recusou-se a falar, mas, diante de tanta revolta, falou. Ela reclamou de possível impunidade de traficantes diante da fiscalização da pirataria. “Por que os traficantes e os bandidos estão soltos e o povo ,que trabalha para ganhar o próprio pão, tem que passar por uma situação dessas e arcar com o prejuízo?”
Consumidor
Uma cliente que estava no local, discorda da ação da polícia. “É um absurdo, porque as pessoas estão trabalhando e ganhando o sustento dos filhos e da família”, disse.