Um recorde. Todos os meses são apreendidos nas prisões paulistas de 800 a 900 telefones celulares. Número nunca igualado por nenhum outro tipo de objeto, drogas ou armas.
O dado foi revelado o próprio secretário da Administração Penitenciária, Antonio Ferreira Pinto, que comanda todas as cadeias no Estado.
“A maior arma hoje dentro da prisão é o telefone celular. É o contato fácil e imediato com o mundo exterior”, disse o secretário.
“Para comprar um telefone móvel de dentro de uma cela há dois preços: R$ 500,00 se for por meio de agente penitenciário e R$ 200,00 se uma visita topar o risco. Com o celular, eles podem mandar seqüestrar, roubar, matar. Podem mobilizar”, diz o diretor do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado, Luiz da Silva Filho.
A última prova de força dos detentos, organizada via celular, foi a mobilização em massa em 50 prisões, na véspera do Natal, em protesto contra a transferência de dois presidiários ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
“Resolver esse problema é um desafio”, disse Antonio Ferreira Pinto.