O delegado Alexandre Leite, titular da Delegacia de Niterói (76ª DP), informou que pretende pedir à Justiça, nos próximos dias, a prisão de uma garota de programa suspeita de envolvimento na morte do jogador de futebol Maurício Alves Carvalho Júnior, de 21 anos, cujo corpo foi encontrado na última segunda-feira, no morro da Chácara, no centro de Niterói, na região metropolitana do Rio.
— Nós já fizemos contato com ela e a chamamos para prestar depoimento. Ela tem demonstrado que não tem intenção de comparecer, diz que está com medo. Pelos depoimentos que nós já tomamos, percebemos que ela tem informações que podem contribuir com as investigações. Se ela realmente se recusar a vir, eu vou representar pela prisão dela.
Na última terça-feira (7), uma outra garota de programa com quem Maurício costumava sair prestou depoimento na delegacia do centro de Niterói. O delegado não revelou detalhes, mas disse que as declarações dela foram importantes para as investigações.
— A gente não pode ficar divulgando tudo porque isso atrapalha as investigações. Há pessoas sendo investigadas e que não podem saber das coisas. Sabemos que ele foi morto por traficantes, mas precisamos saber quem mais tem participação no crime e, principalmente, a motivação para o crime.
Uma das hipóteses investigadas pela polícia é de que uma das prostitutas tenha atraído Maurício para a entrada da favela, onde ele foi capturado e morto por traficantes. Segundo pessoas próximas ao jogador, a prostituta teria jurado vingança há aproximadamente um mês, após ser agredida por Maurício durante um churrasco.
O jogador desapareceu na última quinta-feira (2). Os traficantes chegaram a entrar em contato com a família dele e pedir R$ 25 mil como pagamento para libertar o rapaz, que era morador da favela Nova Brasília, também em Niterói, mas controlada por uma facção criminosa rival.
O corpo de Maurício foi encontrado na última segunda-feira (6), enterrado em uma cova rasa na comunidade do Chácara. Ele estava com as mãos e pernas amarradas e tinha pelo menos uma marca de perfuração na cabeça. Ele era casado e deixou um filho de três anos.
Apesar de morar em uma favela dominada por traficantes de uma facção rival àquela que controla a comunidade onde ele foi morto, a polícia não acredita que essa tenha sido a motivação para o crime.
— Nós investigamos tudo, mas temos as nossas linhas principais de investigação. Essa questão do resgate por exemplo, pode ter ocorrido para tentar enganar a polícia ou simplesmente porque ele disse que era jogador e os bandidos pensaram que poderiam ganhar algum dinheiro com isso.
O desaparecimento de Maurício foi registrado na 76ª DP, mas assim que houve um pedido de resgate, o caso foi encaminhado para a DAS (Divisão Antissequestro). Como ele foi assassinado, as investigações continuam com a 76ª DP. O corpo do jogador, que passou por clubes como Guratinguetá e São Caetano, em São Paulo, foi enterrado na última terça-feira, no cemitério do Maruí, em Niterói. Maurício negociava a ida para um clube em São Gonçalo.
Maurício Alves tinha 21 anos e havia passado pelos times de Guaratinguetá e São Caetano, em São Paulo. Atualmente, o jogador estudava proposta para jogar no time carioca de São Gonçalo.