A Polícia Civil identificou na tarde de anteontem o motel que teria sido usado pelo presidente da Câmara de Rio Preto, Oscarzinho Pimentel (PSL), para suposto programa sexual com duas adolescentes de 17 anos.
O estabelecimento, que fica às margens da rodovia Washington Luís, foi apontado pela menor A.C durante depoimento à delegada da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), Dálice Aparecida Ceron, que investiga suposto crime de exploração sexual cometido por Oscarzinho.
Investigadores da DDM estiveram no estabelecimento e já observaram imagens do circuito interno de segurança. A garota também apontou aos policiais a localização da a padaria onde o vereador do PSL teria comprado pães e mortadela para levar a um velório.
O Diário apurou que os policiais tentaram copiar as imagens com a movimentação de entrada e saída de veículos do motel, mas não conseguiram devido ao tipo de sistema do circuito de gravação. A delegada deverá agora requisitar às empresas responsáveis cópia das gravações com o objetivo de identificar se Oscarzinho ou seu carro particular aparece nas imagens.
Em entrevista ao Diário, na terça-feira da semana passada, A. C., informou que Oscarzinho usou um carro preto, com vidros escuros (com insufilme) e teto solar para levá-las ao motel. A descrição do veículo bate com as característica do Ford Fusion particular do vereador.
Acompanhada de policiais, a adolescente refez o trajeto percorrido com Oscarzinho na noite do dia 22 de junho após prestar depoimento na sede da delegacia na última segunda-feira. Ela deu detalhes do encontro com o vereador do PSL.
A delegada Dálice negou-se a prestar informações sobre o inquérito policial e sobre possível confirmação da passagem do parlamentar pelos estabelecimentos comerciais. A delegada disse que não pode falar sobre o caso porque está sob sigilo.
Ontem, a adolescente T., que também teria participado do programa com Oscarzinho, pediu à delegada para mudar o dia do seu depoimento. A adolescente não quis falar sobre os motivos do cancelamento. “Não posso ficar falando no telefone”, alegou T.
De acordo com a adolescente, a delegada apreendeu seu telefone celular no dia 29 de junho, quando foi registrado um boletim de ocorrência pela mãe de A.C. O aparelho já foi encaminhado à perícia para verificar possíveis mensagens e trocas de ligações entre Oscarzinho e T.. Ambos confirmaram que se conhecem.
Segundo o depoimento de A.C, foi por intermédio do telefone de T. que Oscarzinho telefonou para marcar o encontro sexual. O presidente do Legislativo nega que tenha saído com as adolescentes. Ontem, o presidente foi novamente procurado em seu telefone celular, mas ele não atendeu as ligações. O parlamentar passou a manhã na Câmara, acompanhado de uma de suas filhas, e conversou com funcionários.
De acordo com assessores, Oscarzinho iria contratar um advogado para defendê-lo das acusações. Ele, que considerou as acusações infundadas, teria passado os últimos dias dando explicações a seus familiares. O parlamentar é investigado com base no artigo 244-A do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) que prevê ser crime submeter a criança ou adolescente à prostituição ou à exploração sexual. A pena prevista para o crime varia entre 4 a 10 anos de reclusão.