Policiais militares mataram 33 pessoas na Baixada Santista em supostos confrontos desde o dia 3 de fevereiro, quando o soldado da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) Samuel Wesley Cosmo foi assassinado durante patrulhamento em uma comunidade em Santos, no litoral de São Paulo. Duas mortes ocorreram entre a noite de quarta (21/2) e o início da tarde desta quinta-feira (22/2).
A descrição da primeira ocorrência que terminou com o suspeito morto pela PM, na noite de quarta, segue o padrão de outras dezenas registradas ao longo deste mês na Baixada Santista.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), PMs faziam patrulhamento no Jardim Rio Negro quando decidiram abordar um suspeito, que, de acordo com a corporação, atirou contra a equipe. “Os policiais intervieram. O homem de 31 anos foi atingido e socorrido ao Pronto Socorro local, mas não resistiu”, diz a pasta, em nota.
Ainda de acordo com a SSP, com o homem, foram apreendidas uma arma de fogo e uma quantia em dinheiro. “As armas foram encaminhadas para perícia e o caso será investigado”, diz.
A segunda ocorrência se deu na Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, na altura do pedágio de São Vicente. De acordo com a corporação, um trio de assaltantes tentou assaltar um integrante da Operação Verão, que voltava para o interior.
Segundo as informações oficiais, o policial reagiu e acertou ao menos um dos suspeitos, que morreu no local, como mostram imagens divulgadas em grupos de policiais nas redes.
Os outros dois suspeitos de participação no assalto conseguiram fugir para uma região de mata e eram procurados pela corporação até o fim da tarde desta quinta.
Operação
A operação policial desencadeada pela PM em resposta às mortes de integrantes da corporação na região tem sido alvo de críticas, denúncias e até apelação à Organização das Nações Unidas (ONU) por parte de entidades como a Defensoria Pública.
Além das 33 mortes, dados do Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp), do Ministério Público de São Paulo, mostram outras três mortes ocorridas em Mongaguá e Itanhaém. Com elas, sobe para 36 o número de pessoas mortas em supostos confrontos com a corporação nas nove cidades da região metropolitana da Baixada Santista.
Se forem contadas a partir da morte do PM Marcelo Augusto Silva, em 26 de janeiro, então foram ao menos 46 mortos na região.