Durante o mês de outubro, situações de desinteligência fizeram os telefones do Centro de Operações da Polícia Militar (Copom), do CPI-5, que atende à 96 cidades da região de Rio Preto, como Mirassol, Fernandópolis, Catanduva e Santa Fé do Sul, tocarem 2395 vezes.
Se enquadram em desinteligência casos de brigas, sejam de marido e mulher, irmãos, vizinhos, pessoas alcoolizadas e até discussões no trânsito, que, na maioria das vezes não chegam às vias de fatos ou a lesões corporais, considerados crimes, efetivamente falando.
“Nosso maior número de ligações é por desinteligência. Nem sempre essa desinteligência chega a ser uma lesão corporal, mas a pessoa liga 190”, falou a tenente da Polícia Militar Amália Paci.
Em segundo lugar, está a perturbação de sossego. Foram 1965 ligações para reclamar, por exemplo, de som alto e latidos de cachorros dos vizinhos.
Só então, em terceiro lugar, aparece os chamados de pedido de ajuda para averiguação de atitude suspeita. Foram 1.157 solicitações. Seguida de acidente de trânsito sem vítima, 866 ligações e, em 5º lugar aparecem as infrações de trânsito, foram 648 ligações.
Ainda de acordo com a tenente Amália, quando uma pessoa telefona para o 190 por um motivo banal, ela pode atrasar segundos precisos em uma ocorrência grave.
“Nosso tempo resposta tem que ser pequeno. A pessoa tem que ligar e o atendimento tem que ser rápido. Porque a gente não sabe a urgência do outro lado da linha. E se a pessoa liga para um 190 para um assunto banal, de repente, uma outra pessoa que está ligando com uma informação que poderia prevenir um crime, ela não consegue falar com tanta agilidade no 190”, disse.
O 190 é discado pela população, ainda, com solicitações de informações sobre números de telefones públicos, como o da Prefeitura, solicitações de esclarecimentos de dúvidas relacionadas à Concursos Públicos e até para desabafar.
“Nós temos situações aqui que a pessoa liga 190 para pedir informação, para pedir número do telefone da Prefeitura, para perguntar sobre concursos da polícia, que ela poderia facilmente encontrar na internet ou em outros números da parte administrativa mesmo. Ligam até para fazer um desabafo, que acontece muito. Só que, de repente, tem uma outra pessoa ligando para uma emergência. Aí essa ligação acaba demorando um pouco mais, o atendimento, porque o atendente estava ocupado”, falou a tenente.
É necessário deixar claro, de acordo com orientações da tenente, que o 190 deve sim ser acionado pela população, mas sempre com a consciência de que se trata de um serviço de atendimento à emergência, levando em consideração que a função da Polícia Militar é prevenir e, se houver a quebra, reestabelecer a ordem pública. “Essa é a missão. Num caso de via interditada, uma manifestação, por exemplo, as pessoas não estão conseguindo passar, precisam ir para o trabalho, a função da Polícia Militar é ir até lá e desobstruir a via, é minimizar o caos. Está em iminência de acontecer um crime, temos que prevenir e não deixar acontecer esse crime”, disse.
A tenente Amália explica também que as viaturas estão centralizadas e empenhadas em patrulhamento em áreas determinadas de acordo com índices, em localidades onde há maior reincidência de casos de roubo, furto, agressão, lesão corporal e acidente de trânsito, o que facilita o deslocamento quando há uma situação de perigo.
“O que a gente orienta é que apenas ligue 190 para caso de emergência. Se estiver acontecendo alguma emergência, uma briga, um roubo, um furto.. até mesmo, por exemplo, se você ver uma atitude suspeita, escutou barulho na casa do vizinho que está viajando, acione sim o 190 porque com esses crimes a gente se preocupa muito e quer atender com o tempo menor possível. Mas não fique ligando 190 para coisas banais que ela poderia conseguir olhando no google, ou ligando, por exemplo, no CPI, que o telefone é 3231-7771, para tirar dúvidas sobre concurso, ao invés de ligar no 190, que é o número da emergência. E aí reitero, liguem no 190 para questões de emergência”, concluiu a tenente Amália.