A briga entre torcedores de São Paulo e Corinthians neste último domingo (14), na cidade de Ferraz de Vasconcelos, na região metropolitana de São Paulo, horas antes da disputa do primeiro confronto decisivo do Campeonato Paulista e que deixou 14 feridos, gerou uma nova preocupação na Polícia Militar.
De acordo com o major Ricardo Xavier, responsável pelo policiamento nos estádios da capital paulista, conflitos previamente combinados por WhatsApp dificultam o trabalho de coibir episódios de violência, pois o aplicativo de comunicação não permite que a polícia faça o monitoramento das conversas.
“Antigamente as brigas eram marcadas por Facebook e Orkut. Agora, como essas redes estão sendo monitoradas, usam o WhatsApp Por mais que a gente se esforce para monitorar e posicionar o policiamento para evitar, isso foge do nosso controle”, afirmou. “Não tem como monitorar isso. Nós precisamos que esses torcedores mudem de comportamento”, completou.
A utilização da internet e de redes sociais para as torcidas marcarem brigas em São Paulo não é recente. O primeiro caso do tipo foi em outubro de 2005. Um torcedor morreu e cinco ficaram feridos em confusão agendada pela internet entre as organizadas de Palmeiras e Corinthians para estação de metrô do Tatuapé, na zona leste da capital.
Nos últimos anos, as autoridades intensificaram a fiscalização em páginas da internet e redes sociais para monitorarem possíveis combinações de briga. O temor é que o WhatsApp seja agora a plataforma mais procurada pelos torcedores para conseguirem se organizar para os conflitos, sem que as confusões sejam descobertas pelas autoridades com antecedência.
Em outros casos recentes, as brigas também foram realizadas longe dos estádios. Em abril de 2016, a morte que causou levou as autoridades a adotarem torcida única ocorreu em São Miguel Paulista, distante cerca de 25 km do Pacaembu, local da partida. No ano passado, em março, um torcedor morreu em Itaquaquecetuba, distante a 25 km também do Pacaembu.