Um cerco policial contra um criminoso, realizado por volta do meio-dia do último sábado (dia 7), no bairro São Luís, em Catanduva, teve como desfecho a morte do desempregado Lucas Fernando de Ataíde, de 23 anos. O homem foi morto após receber dois disparos nos membros inferiores, dado por um policial militar. Um dos projéteis acertou a artéria femural de Ataíde, que foi socorrido e acabou morrendo por hemorragia.
Momentos antes do confronto, o ladrão era o principal suspeito de ter tentado extorquir com arma de fogo uma moradora no Bairro Theodoro Rosa Filho. Ele teria exigido que a vítima preenchesse um cheque no valor de R$ 300 e que fosse trocado em um estabelecimento comercial do mesmo bairro.
“Em ato contínuo, alguns moradores ligaram para a Polícia Militar com a finalidade de sanar o problema. Assim, nos deslocamos até lá e deparamos com o homem com a arma em punho, correndo para o bairro São Luís”, relatou o primeiro tenente da Companhia de Polícia Militar, Paulo Henrique Coltre.
A perseguição teve início no São Luis, onde várias viaturas da PM intensificaram o cerco atrás do criminoso. “Neste bairro ele ainda fez outras vítimas, fazendo ameaças de morte. Em uma das residências que invadiu, realizou a troca de roupa para tentar despistar a PM”, comentou Coltre.
Com várias viaturas em seu encalço, Ataíde tentou fugir pela Rua Limeira e depois Nova Aliança, mas não obteve sucesso. “Em seguida, subiu em alguns telhados de casas, transpondo muros de residências”, continuou.
A PM encontrou o fugitivo na Rua Limeira. “Segundo relatos das testemunhas, o policial deu ordem para ele jogar a arma fora, mas ele não acatou a ordem. Dessa forma, foram efetuados dois disparos nos membros inferiores do indivíduo”, detalhou Coltre.
PM iniciará apuração sobre ação do soldado
O Comando da Polícia Militar de Catanduva deverá instaurar um inquérito policial para apurar e averiguar a ação do PM neste caso. A polícia não divulgou o nome do soldado que efetuou os disparos.
“Por força de Legislação, foi instaurado Inquérito Policial Militar para apurar os fatos e por parte da Polícia Civil que vai culminar com a instauração de inquérito”, explicou o tenente Paulo Henrique Coltre.
De acordo com o tenente, um fato que contribuirá para a defesa do policial é quanto à participação das testemunhas. “A ação, embora tenha sido muito rápida, foi presenciada em sua totalidade por testemunhas oculares. Todos manifestaram intenção de falar sobre o caso e isso vai facilitar bastante a elucidação. Foi uma ação estritamente delicada no qual o policial teve frações de segundos para decidir sobre salvar sua vida ou se defender”, destacou. O inquérito será acompanhado por um oficial de São José do Rio Preto.