Mais de 37,7 quilos de pasta de crack foram apreendidos pela Polícia Militar (PM) na manhã de ontem no Centro de Bauru. A droga estava dentro de um Gol, com dois homens de Guaíra – a 296 quilômetro de Bauru, na região de Barretos. Se vendida no atacado, a droga poderia render R$ 1,6 milhão – o preço do grama da droga equivale ao do ouro, que ontem estava cotado em R$ 43,90. No varejo, a droga poderia render ainda mais, já que à pasta pura poderiam ser adicionadas mais substâncias que aumentariam a quantidade de droga a ser fracionada.
Segundo a polícia, um grama de crack costuma render três porções e cada uma delas é vendida a R$ 10,00. No quarto do hotel onde a dupla flagrada com a droga se hospedava, a PM localizou 45 pedras preciosas. A apreensão ocorreu depois que a PM recebeu denúncia de que dois indivíduos estavam ao lado da linha férrea, na altura do viaduto inacabado, colocando sacos pretos dentro de um Gol verde.
Presa, a dupla informou aos policiais que estava hospedada em um hotel da região central de Bauru. No quarto onde estavam acomodados, foi encontrada uma maleta com 45 pedras em estado bruto – aparentemente uma hematita, 10 diamantes pequenos e 34 esmeraldas. Com os dois também foram localizados R$ 2,34 mil em dinheiro, três celulares e dois livros em espanhol: o Código Civil Boliviano e Notícias de um Seqüestro, de Gabriel García Marquez.
Os dois homens foram levados ao Plantão Policial, onde foram ouvidos pelo delegado Ronaldo Divino Ferreira. Sem divulgar os nomes dos envolvidos, o delegado informou que em depoimento um deles contou que iria transportar a droga para São Paulo. Ele teria marcado com uma pessoa, que não informou o nome, o recebimento do entorpecente.
Ele receberia R$ 15 mil por transporte de drogas e faria o “serviço” uma vez por mês em locais diferentes – não seria a primeira vez que fazia o “trabalho” em Bauru. Ao delegado, ele teria dito que a droga se tratava de pasta de cocaína. Porém, o laudo pericial determinou que o produto apreendido é crack.
Sobre as pedras preciosas, o homem preso informou que as estaria levando para serem avaliadas na Capital, já que estava pensando em mudar de ramo de atuação. O delegado afirmou que o outro homem preso teria negado a participação no tráfico e estaria apenas dirigindo o carro. Mas de acordo com Ronaldo Divino, também foi autuado em flagrante. “Ele alegou que desconfiava que tinha alguma coisa errada. Então, se tinha alguma coisa errada, abandona, não faz. E o outro disse que ele sabia”, explica.
Os dois foram presos em flagrante por tráfico de drogas e seriam encaminhados ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de Bauru. Se condenados, podem pegar até 15 anos de prisão.