sexta, 10 de janeiro de 2025
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Planeta excede pela 1ª vez o limite crítico de aquecimento global em 2024

Em 2024, a temperatura média global rompeu pela primeira vez a marca de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, alcançando 1,6°C, segundo o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S). Este aumento…

Em 2024, a temperatura média global rompeu pela primeira vez a marca de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, alcançando 1,6°C, segundo o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S).

Este aumento histórico foi acompanhado por eventos climáticos extremos em escala global, com incêndios devastando florestas, enchentes inéditas e ondas de calor severas que causaram a morte de pessoas e animais em várias regiões do mundo.

Incêndios florestais consumiram vastas áreas da América do Norte, Europa e América do Sul, enquanto o Brasil e a Espanha enfrentaram enchentes que submergiram cidades. Regiões como a Amazônia e o Pantanal sofreram secas severas, enquanto furacões inéditos atingiram os Estados Unidos. O climatologista José Marengo destacou que a América Latina foi uma das áreas mais afetadas, com temperaturas 0,95°C acima da média de 1991-2020, superando a média global de 0,72°C.

Mudanças climáticas estão acelerando

Segundo o Copernicus, o aquecimento registrado em 2024 ultrapassou as expectativas dos especialistas e mostrou que as mudanças climáticas estão acelerando. “As temperaturas globais estão aumentando além do que os humanos modernos já experimentaram”, afirmou a agência. A alta foi impulsionada pela emissão de gases-estufa, que atingiram níveis recordes, e pela combinação com um El Niño de forte intensidade.

Os oceanos também contribuíram significativamente para o aquecimento. Em 2024, a temperatura média da superfície do mar alcançou 20,87°C, um recorde histórico. O excesso de calor nos oceanos intensificou eventos climáticos, como chuvas torrenciais e ondas de calor. Samantha Burguess, do Centro Europeu de Previsão do Tempo, comparou o planeta a uma pessoa febril: “Quando nossa temperatura sobe, nos sentimos mal. O mesmo ocorre com a Terra.”

As concentrações de dióxido de carbono e metano na atmosfera aumentaram em níveis alarmantes, reforçando a tendência de aquecimento.

Embora 2025 possa registrar temperaturas ligeiramente mais baixas devido a uma possível La Niña, especialistas alertam que isso será apenas temporário. Marcelo Seluchi, do Cemaden, afirmou que os impactos climáticos já ultrapassaram limites críticos, e que “partes do planeta podem se tornar inabitáveis”.

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