Dois pitbulls invadiram a casa de uma idosa, em São Vicente, no litoral de São Paulo, atacaram e mataram Paçoca, um cachorro da raça pinscher que dormia na cozinha. “Estavam com o meu cachorro na boca e arrastando ele para o lado de fora da casa”, contou Odete Pires de Moura, de 70 anos.
A tutora de Paçoca disse que dormia com os netos quando, por volta das 23h15, ouviu um estrondo vindo da porta de casa. Segundo ela, se levantou e foi à cozinha, onde viu a cena descrita acima.
Odete conta que mora no Jardim Cascatinha os pitbulls são de um vizinho que mora em uma rua paralela a dela. Segundo a idosa, os cachorros derrubaram a porta da cozinha.
“Comecei a gritar desesperada. Os vizinhos foram para a rua e atiraram pedras e bateram com pedaços pau [nos pitbulls]. Infelizmente não deu mais tempo [de salvar Paçoca]”, lamentou.
De acordo com Odete, o dono dos pitbulls pareceu não dar importância ao caso. “O rapaz veio pegar os cachorros e em momento nenhum se preocupou com a morte do Paçoca”.
A idosa contou que os moradores estão preocupados que algo sério possa acontecer com alguma pessoa. “Meu bisneto costuma ficar comigo e ele engatinha. Se ele estivesse aqui poderia ter sido uma vítima desses pitbulls”.
“Meus netos estão traumatizados. Eles viram toda a cena e eu estou com medo que eles saiam de casa para ir até a padaria. Se os cachorros aparecerem não sei o que pode acontecer”, disse.
Outros ataques
A Polícia Militar foi chamada no local e um Boletim de Ocorrência foi registrado. Para a polícia, os donos dos pitbulls afirmaram que eles já haviam atacado ao menos dois animais da vizinhança, mas que ficaram surpresos com a informação de os cachorros tinham matado o cão da dona Odete.
A idosa lembrou de um ataque dos pitbulls contra a cadela e uma vizinha. “A vira-lata Branquinha foi gravemente ferida na barriga. Ela passou por cirurgia e está em recuperação”.
No boletim, o delegado responsável pelo caso registrou que o ataque foi uma omissão de cautela na guarda e condução de animais perigosos, que é uma infração de menor potencial ofensivo e está prevista nas Lei das Contravenções Penais.
A ocorrência será encaminhada para o procedimento de investigação previsto em lei ao Juizado Especial Criminal (Jecrim).
Odete espera providência. “Apesar da minha tristeza, eu só quero que seja tomada alguma medida de segurança. Estamos apavorados com isso tudo”, finaliza ela.