A negociação para definir o aumento do salário mínimo regional para 2014 no estado de São Paulo começou nesta segunda com uma proposta que prevê um reajuste de pelo menos 7,14%.
O índice saiu de uma reunião entre representantes de centrais sindicais e o secretário estadual do Emprego e Relações do Trabalho, Tadeu Morais, mas os sindicalistas querem avançar nos números. O objetivo é elevar o percentual de reajuste para conseguir ampliar o poder de compra do piso estadual.
O piso salarial regional foi criado em 2007 no estado e é voltado para trabalhadores da iniciativa privada que não têm valor definido por convenção ou acordo coletivo de trabalho. Ele está dividido em três faixas salariais, com 105 ocupações no total. Hoje, a primeira faixa – na qual estão funções como empregados domésticos, motoboys e ascensoristas – tem piso de R$ 755.
Com o aumento de 7,14%, passaria para R$ 809. A segunda faixa (operadores de máquinas sa construção civil, pedreiros, garçons, entre outros) ganham o mínimo de R$ 765, enquanto o terceiro grupo (chefes de serviço de transporte e agentes de vendas, por exemplo) recebem 775.
Durante a reunião de ontem, os sindicalistas pediram que o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) formule um estudo para definir a política de reajuste do mínimo regional, que já leva em conta a inflação no ano e o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do país e do estado. “Entendemos que é possível dar um aumento maior”, disse Eduardo Rocha, consultor econômico da UGT (União Geral dos Trabalhadores).
Segundo Rocha, uma pesquisa que leva em conta o valor da cesta básica do Dieese nas capitais em fevereiro mostrou que o piso regional paulista é um dos menores do país. “Nosso piso compra 2,34 cestas básicas. O do Paraná compra 3,16 e o do Rio, 3,51”, exemplificou. No dia 18, haverá nova reunião para discutir o assunto. O novo reajuste deverá entrar em vigor em 1 de janeiro. O projeto tem de ser enviado pelo governo do estado à Assembleia Legislativa e aprovado.
A expectativa dos sindicalistas é de que o aumento do piso regional para 2014 fique mais próximo dos percentuais obtidos neste ano. Durante as negociações para definir os valores que estão em vigor, o governo e as centrais definiram reajustes que variaram entre 9,15% e 9,42%, garantindo ganho real para as categorias atendidas.
A primeira faixa de trabalhadores conquistou o índice máximo de aumento, com o piso passando de R$ 690 para os atuais R$ 755. Já o segundo grupo de empregados teve aumento de 9,28% e viu o salário básico estadual subir de R$ 700 para R$ 765. A terceira faixa conseguiu o menor percentual, de 9,15%, elevando a remuneração de R$ 710 para R$ 775.
Segundo Eduardo Rocha, consultor da UGT, um aumento maior do que os 7,14% discutidos ontem vai ajudar na recuperação do mínimo regional. Ele disse que, desde 2007, o piso no estado obteve ganhos reais que variaram entre 14,92% e 33,8%, dependendo da faixa.
O grupo da primeira faixa foi o mais beneficiado, durante o período, o aumento real acumulado desde primeiro segmento foi de 84,13%. Como a inflação acumulada no período somou 37,63%, o ganho real desses trabalhadores foi da ordem de 33,8%.
