Piorou ontem o estado de saúde do estudante Leandro Luís Reis, 7 anos. Ele foi atingido na cabeça por um galho de árvore na praça Boa Vista, no cruzamento das ruas São João e Campos Sales, em Rio Preto, na tarde de anteontem. O garoto passou por cirurgia para corrigir uma fratura no crânio e segue internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Base (HB).
De acordo com a assessoria de imprensa do HB, Leandro ainda corre risco de morte por conta do traumatismo craniano. Já Agatha Eduarda da Silva Nascimento, 9 anos, que também foi atingida pelo galho, foi liberada ontem da Santa Casa. Ela sofreu ferimentos leves no ombro, mãos e braços.
As duas crianças aguardavam pelo transporte escolar quando um galho de cerca de 4 metros despencou da altura de aproximadamente 7 metros. O objeto bateu na cobertura de um ponto de ônibus, na cabeça de Leandro, que estava em pé ao lado da parada do coletivo, e, posteriormente, no corpo de Agatha, que estava sentada em um banco.
A Secretaria de Meio Ambiente de Rio Preto fez uma vistoria no local na manhã de ontem e chegou à conclusão de que alguns galhos da árvore, uma figueira de 50 anos, estão podres por conta de cupins. “Essa árvore não é uma espécie urbana. Não deveria estar ali. Vamos pedir a poda, que é uma maneira paliativa de evitar novos acidentes. Futuramente, queremos retirá-la de lá”, diz José Carlos de Lima Bueno, secretário municipal de Meio Ambiente.
O serviço será executado pela Secretaria de Serviços Gerais. De acordo com o secretário José Antonio Visquetto, a árvore foi podada há um mês. “Estamos aguardando laudo do Meio Ambiente que vai apontar quais galhos precisam ser cortados”, explica. Na tarde de ontem, antes de o município tomar providência, o Corpo de Bombeiros enviou três viaturas ao lugar para retirar os galhos soltos.
Revolta
Moradores do bairro e pais de alunos pedem o corte da figueira da praça Boa Vista. De acordo com eles, o ambiente é frequentado pelos alunos de uma escola que fica ao lado. Por isso, acreditam que novos acidentes podem ocorrer a qualquer momento. “É dever do município cuidar dessas árvores. Por causa dela, meu filho está internado”, diz a fiscal de caixa Patrícia Maticoli, 33 anos, mãe de Leandro. Segundo ela, a família pretende ir à Justiça contra o município.
Além de um processo, o governo municipal deve ainda receber um abaixo-assinado feito por mães de alunos do colégio Sesi. “Esse é um pedido antigo nosso porque a árvore está podre. As crianças correm risco ficando no local”, diz a auxiliar administrativa Eliana de Souza, 43 anos.