A Superintendência da PF (Polícia Federal) em São Paulo negou neste sábado que tenha permitido um encontro de Gedimar Passos, quando este estava preso na carceragem da PF, com Freud Godoy, ex-assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e José Carlos Espinoza, que trabalha na campanha de reeleição do presidente.
Gedimar Passos e Valdebran Padilha foram presos em 15 de setembro com R$ 1,7 milhão, que seriam usados para comprar um dossiê que ligaria políticos do PSDB e outros partidos com o escândalo da compra superfaturada de ambulâncias com dinheiro público.
Segundo reportagem da revista “Veja”, publicada também no sábado, Espinoza e Freud fizeram uma visita a Gedimar em 18 de setembro, quando ele estava detido na Superintendência da PF em SP.
Segundo o relato de três delegados da PF para a publicação, a visita ocorreu depois do horário permitido e sem autorização, conduta considerada ilegal. Quem facilitou o encontro, de acordo com a reportagem, foi o diretor-executivo da PF em São Paulo, Severino Alexandre, que teria acomodado Espinoza e Freud em seu gabinete. Logo depois, ainda segundo a reportagem, Gedimar foi retirado de sua cela e levado ao gabinete de Alexandre para uma conversa com os dois petistas.
A PF diz na nota que as informações da reportagem são “levianas e fantasiosas e acusam a instituição da prática de graves ilegalidades”. A instituição também afirma que a revista apresenta “relatos inverídicos e imprecisos e se baseia em uma manifestação anônima, supostamente escrita por três delegados da Polícia Federal”.
A reportagem de “Veja” ainda relata que o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, ligou para o superintendente da PF em SP, Geraldo José de Araújo, perguntando se o dossiê e a prisão de Gedimar e Valdebran poderiam “respingar no presidente”. A PF afirma que essa ligação nunca ocorreu.
A revista também aponta que Bastos indicou um advogado de sua confiança a Freud. O ministro também teria orientado Freud Godoy e o advogado a convencer Gedimar a recuar sobre o envolvimento do ex-assessor de Lula com na compra dos documentos. A assessoria de Bastos afirmou que o ministro não fez a indicação do advogado.