A Polícia Federal investiga suposta fraude por meio da adulteração de resultados no primeiro turno das eleições em Rondônia. O inquérito surgiu depois que o candidato derrotado ao Senado Melki Donadon (PMDB) disse que sua campanha foi procurada por um interessado em “vender a vitória” no pleito.
Segundo Donadon, um empresário contatou seu irmão Josué –que atuava como seu assessor durante a disputa– para ofertar a garantia de sua eleição por R$ 300 mil.
De acordo com o candidato, o grupo ao qual pertencia o empresário usava um funcionário da área de informática do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Estado para manipular as urnas eletrônicas e desviar votos. Para candidatos à deputado estadual, o grupo teria cobrado R$ 100 mil.
Donadon e seu irmão deram versões contrastantes à Folha sobre a suposta oferta do empresário. O candidato disse que, depois do contato, Josué chegou a perguntar o preço. Já Josué afirmou que, logo após a primeira conversa, não quis saber mais detalhes e chegou a jogar fora o telefone do intermediário.
Segundo Joaquim Mesquita, superintendente da PF no Estado, Josué disse em se depoimento que nem sequer havia recebido a proposta.
Não é a primeira vez que o resultado das urnas de Rondônia é contestado por um candidato. Em 2004, Oscar Andrade (PL), derrotado na disputa pela prefeitura de Porto Velho, também denunciou um suposto grupo que vendia cargos eletivos com a ajuda de um funcionário do tribunal eleitoral.
Em agosto deste ano, uma operação da Polícia Federal que investigou esquema de desvio de R$ 70 milhões resultou na prisão dos então presidentes da Assembléia Legislativa e do Tribunal de Justiça, do vice-presidente do Tribunal de Contas do Estado, de um ex-procurador-geral de Justiça e do ex-chefe da Casa Civil do governo de Rondônia.
