A Polícia Federal já identificou um grupo de pessoas que teriam sido utilizadas como “laranjas” na aquisição dos dólares que serviriam para a compra de um dossiê com informações contra candidatos do PSDB.
Segundo uma fonte ligada à investigação, a PF tenta, agora, agendar o depoimento destes supostos “laranjas” no inquérito que apura o caso, o que poderá ocorrer ainda esta semana.
O grupo, de acordo com o informante, é composto por pessoas de uma mesma família, de origem humilde, residente no subúrbio do Rio de Janeiro.
Os documentos dessas pessoas podem ter sido utilizados sem a autorização delas para a compra dos 248,8 mil dólares apreendidos no dia 15 do mês passado juntamente com 1,1 milhão de reais. O dinheiro estava em poder de Valdebran Padilha e Gedimar Passos em um hotel na capital paulista.
“Temos de ouvir esses ‘laranjas’ para saber a verdadeira origem do dinheiro que seria usado na negociação”, explicou a fonte.
Dólares
A maior parte do montante em moeda americana foi adquirido, segundo a fonte, na Vicatur Câmbio e Turismo Ltda, uma agência de turismo instalada em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro.
O policial destaca, no entanto, que o fato de parte dos recursos ter sido adquirida nessa casa de câmbio não significa que ela esteja envolvida em irregularidades.
A PF já recebeu do Banco Central todas as informações relativas à Vicatur. A empresa está em atividade há cerca de 20 anos e, desde abril de 1999, possui autorização para comercializar dólares.
CPI
O vice-presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), voltou a criticar a Polícia Federal nesta segunda-feira.
Na opinião dele, a PF está impedindo o trabalho da comissão ao “atrasar” o envio de documentos para os parlamentares, dentre eles o relatório parcial da apuração do caso dossiê encaminhado à Justiça Federal em Mato Grosso na sexta-feira.
Jungmann havia prometido protocolar uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira com o objetivo de forçar a PF a acelerar a entrega de documentos à CPI, mas mudou de idéia.
“Conversei com outros integrantes da CPI que se inclinaram a dar mais um tempo (à PF)”, afirmou a jornalistas.
Na sexta-feira, o juiz federal Jefferson Schneider, encarregado do caso, determinou que os documentos solicitados pela CPI devem ser encaminhados diretamente a ele, que decidirá pela liberação ou não dos papéis.