O empresário Michelle Conte, dono de uma madeireira em Rio Preto, é um dos suspeitos de contribuir com a fuga do italiano Antonio Boccia, acusado do rapto de seu filho de 3 anos, dia 17, em Fernandópolis. Ele e a esposa são investigados pela Polícia Federal e pela Delegacia de Defesa da Mulher por terem falado diversas vezes com Boccia nos três dias que ele ficou no Brasil, após desembarcarem juntos de um avião, no aeroporto de Rio Preto.
A identificação de Conte e da mulher Sônia começou por imagens gravadas no aeroporto, mas foi o próprio empresário quem procurou a polícia para dar esclarecimentos, de acordo com depoimentos na PF dia 19 e à delegada Eda Leci Honorato dois dias depois.
Nas declarações, Conte diz que conheceu Boccia no avião e que falou com ele diversas vezes, porque o italiano teria pedido ajuda para levar a criança de volta à Itália, mas negou que tenha contribuído com a fuga.
Segundo apuração da PF, Boccia viajou de ônibus a São Paulo e depois à Foz do Iguaçu (PR) antes de passar pelo Paraguai e a Argentina. Numa das ligações a Conte, o italiano revelou que estava em Buenos Aires.
Como foi o rapto
Boccia veio ao Brasil visitar o filho que estava com a ex-mulher Renata Almeida Dagostino e aproveitou um descuido da família para fugir. O caso foi comunicado à polícia, mas não houve tempo de impedir a fuga. Dois dias depois a Justiça expediu mandado de busca e apreensão do menino e na última sexta-feira a prisão preventiva do italiano, caso retorne ao Brasil.
Renata disse que a separação do casamento ocorreu depois que Boccia – empresário do ramo de confecções em Rimini, cidade da região leste da Itália – teria sido flagrado praticando pedofilia com a criança. Um vídeo gravado por ele conteria cenas de abuso, segundo a mãe.
Ela aguarda a conclusão do inquérito para ir à Europa tentar reaver a criança.
Em entrevista por telefone, de sua casa, Boccia negou a acusação. Disse que possui a guarda definitiva da criança e que vai brigar na Justiça para ficar com o filho.
