A Polícia Federal de Jales (SP) deflagrou na manhã desta quarta-feira (30) a Operação COLHEITA que investiga organização criminosa que atua no tráfico de drogas na região de Fernandópolis (SP) com ramificações em várias outras cidades de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.
Os mandados de prisão foram expedidos pela 2ª Vara Criminal da Justiça Estadual de Fernandópolis (SP) e foram cumpridos em Fernandópolis, Guarani d’Oeste, Estrela d’Oeste, Ouroeste, Populina, Votuporanga, Bauru, São Paulo (SP), Iturama (MG), Cáceres e Cuiabá (MT), Batayporã, Deodápolis, Vicentina e Ponta Porã (MS). Os presos são acusados de tráfico e de associação ao tráfico de drogas.
Desde o início da Operação, vinte e quatro pessoas foram presas e 314 quilos de cocaína foram apreendidos. Veículos, armas de fogo e munição também estão entre os objetos recolhidos nas buscas realizadas na data de hoje.
As investigações iniciaram em agosto deste ano quando a PF recebeu informações que indivíduos da cidade de Cáceres (MT) e São Paulo (SP) haviam montado base criminosa na região de Fernandópolis (SP) para receber carregamentos de cocaína provenientes do Mato Grosso.
Dois homens de Guarani d’Oeste, presos na data de hoje, eles eram responsáveis em preparar pistas de pousos em plantações de cana-de-açúcar para pequenas aeronaves que traziam a cocaína do interior do Mato Grosso até a região de Fernandópolis.
Após o descarregamento da droga na região, ela era enterrada ou deixada em ranchos próximos ao município de Mira Estrela (SP). Posteriormente, ela era transportada até a região central do Estado (São Paulo e Sorocaba). A investigação também demonstrou que parte da droga recebida era distribuída na cidade de Fernandópolis.
Após a apreensão de 66 quilos de cocaína pela PF em 18/08/2011, nas proximidades do município de Paulo de Faria (SP), o grupo mudou a estratégia. Os carregamentos passaram a ser entregues em uma propriedade localizada em um assentamento rural do município de Batayporã (MS). De lá, o grupo transportava a droga até a capital paulista.
Para o transporte da droga até São Paulo, carros de luxo com porta-malas espaçosos eram utilizados. Fundos falsos eram montados na parte traseira do veículo e eram equipados com dispositivos eletrônicos que só eram acionados com combinação de ações que somente os transportadores conheciam.
Após a mudança do depósito das drogas para Batayporã (MS), a PF conseguiu interceptar, em duas ocasiões, dois veículos que estavam em São Paulo transportando a droga do grupo. Mais 90 quilos de cocaína foram apreendidos.
Em 21/10/2011, após a identificação de dois veículos que saíram da região de Fernandópolis com destino a Batayporã (MS) a PF conseguiu apreender 156 quilos de cocaína que já estavam dissimuladas nos fundos falsos de dois veículos e no paiol de uma propriedade rural de Batayporã (MS). Quatro pessoas foram presas, inclusive o dono da propriedade que é ex-policial militar do Mato Grosso do Sul.
Após a identificação dos envolvidos que não “colocavam a mão na droga” e os endereços utilizados pelos mesmos, a Polícia Federal de Jales representou pelas prisões e buscas que foram cumpridas nesta data.
Segundo estimativas da Polícia Federal de Jales, o grupo atuava na região há pelo menos um ano e pode ter transportado mais de 5 toneladas de cocaína nesse período. Essa quantidade de droga, negociada em São Paulo, pode chegar ao valor de R$ 30 milhões de reais.
Os presos serão ouvidos gradativamente e serão transferidos para o presídio de Guarani d’ Oeste (SP) onde permanecerão à disposição da Justiça.