Policiais Federais dos Estados de São Paulo e do Paraná cumpriram ontem 46 mandados de prisão e de busca e apreensão, com o objetivo de prender o mandante e os suspeitos de terem assassinado o auditor fiscal da Receita Federal, José Antônio Sevilha de Souza, em 2005. A operação recebeu o nome de Davi numa alusão à história bíblica narrada no primeiro Livro do profeta Samuel, capítulo 17, na qual o então pastor de ovelhas Davi, que viria a se tornar Rei de Israel, derrota o gigante filisteu Golias.
Dos 18 mandados de busca e apreensão e oito de prisão temporária (30 dias), expedidos pelo Juízo Criminal Federal de Maringá (PR), distribuídos entre o Interior, litoral e Capital paulista, dois mandados de busca foram cumpridos em um sítio do município de Cardoso, pertencente, segundo à PF (Polícia Federal), a um dos envolvidos no processo; porém, o nome desta pessoa não foi divulgado. As buscas em geral, foram efetuadas em imóveis rurais, residências, empresas e casas de praia dos suspeitos.
Após um ano e dois meses de investigações, realizadas pela delegacia da Polícia Federal de Maringá, os policiais concluíram que o mandante da morte do auditor fiscal, foi o empresário paulista M.O.G., proprietário da empresa Gemini Ind. e Com., Importação e Exportação Ltda. O crime teria sido motivado pelo fato da vítima ser o servidor público que estava próximo de desvendar um milionário esquema de sonegação por parte do empresário. A conseqüência da ação fiscal seria o encerramento das atividades da empresa e a apreensão de suas mercadorias.
No final do ano passado, a PF em ação conjunta com a Receita Federal, desencadeou a Operação Camaleão que resultou na apreensão de grande quantidade de brinquedos em armazéns da empresa Gemini, em Maringá e São Paulo. A Receita Federal autuou e multou a firma em R$ 100 milhões.
