Em pouco mais de dois anos, o grupo de empresas Itarumã, de Jales, montou um verdadeiro “laranjal” para enganar órgãos de arrecadação de impostos e a lei.
O Itarumã é um dos principais núcleos do megaesquema de sonegação tributária desmontado esta semana pela Polícia Federal, na Operação Grandes Lagos.
Entre fevereiro de 2004 e abril deste ano, o grupo abriu oito filiais em Jales, no Mato Mgrosso e no Mato Grosso do Sul – todas em nome de dois laranjas.
As empresas eram de Romildo Viana Alves, diretor financeiro do frigorífico, e do motorista Mauro José Ribeiro. Por traz deles ficavam os empresários Ari Félix, João Carlos e Emílio Altomari, e João do Carmo Lisboa Filho, que são os verdadeiros donos do grupo.
O objetivo do “laranjal” era burlar a fiscalização da Receita Federal, sonegando aproximadamente um bilhão de reais em cinco anos, segundo a Polícia Federal.
Esquema
Pelo esquema, as empresas “laranjas” absorviam toda a carga tributária incidente sobre as operações de compra de gado e venda de carne.
Para impedir a cobrança de impostos, todas as empresas tinham vida curta e eram fechadas em até dois anos.Também fazem parte do esquema o Grupo Mozaquatro, de Fernandópolis e Monte Aprazível, além de empresas de fachada de Rio Preto e Araçatuba.
Até agora foram presas 93 pessoas – duas delas detidas ontem à tarde na região.
O grupo foi levado para sete cadeias vizinhas a Jales e Fernandópolis, e treze acusados foram ouvidos ontem pela Polícia Federal.
Dezesseis continuam foragidos, mas têm prisão preventiva decretada, segundo o delegado da PF, Victor Hugo Alves.
Toneladas
Cinco toneladas de documentos apreendidos nas empresas e na casa dos acusados começaram a ser analisadas nesta sexta-feira por agentes policiais, técnicos da Receita Federal e da Secretária da Fazenda e do Ministério Público.
O inquérito que apura o caso deve ficar pronto em 30 dias.
Apesar do escândalo, os frigoríficos envolvidos continuam operando normalmente.