sábado, 23 de novembro de 2024
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Pesquisadores criam sistema para detectar fakes nas redes sociais

Uma equipe de pesquisadores do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), do Porto, em Portugal, está desenvolvendo um sistema para analisar e detectar automaticamente…

Uma equipe de pesquisadores do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), do Porto, em Portugal, está desenvolvendo um sistema para analisar e detectar automaticamente se determinada informação publicada numa rede social é falsa.

O projeto, intitulado Detecting Fake News Automatically, surgiu da necessidade de desenvolver um sistema “capaz de detectar as fake news nas redes sociais de um modo automático”, adiantou hoje à Lusa, Álvaro Figueira, pesquisador do INESC TEC.

“O problema das fake news ganhou uma nova dimensão depois do impacto que elas tiveram nas eleições norte-americanas de 2016. O problema tornou-se bastante relevante e tanto as grandes empresas tecnológicas como a comunidade científica começaram a trabalhar numa solução”, afirmou.

A equipe de investigadores, que já tinha obtido “experiência” num projeto de detecção de conteúdo relevante nas redes sociais, decidiu aplicá-la a este “novo problema”, estando, por isso, desde 2017 trabalhando neste sistema.

Além da detecção automática de informação falsa, o sistema pretende também auxiliar o usuário a filtrar o conteúdo mais relevante nas redes sociais.

“Temos como objetivo que o sistema funcione apenas com a mensagem do post [publicação] ou com a mensagem e toda a outra informação associada à mesma, como os likes, partilhas, respostas e comentários e informação associada ao utilizador que publicou”, esclareceu Álvaro Figueira, também docente na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP).

Através de mais de 100 indicadores, entre eles psicolinguísticos e estatísticos, o sistema vai, com base num modelo de aprendizagem automática, “classificar com uma certa probabilidade se a nova publicação é fake news ou não”.

À Lusa, Álvaro Figueira adiantou que um dos principais desafios que o sistema enfrenta é a “mudança de domínio e o contexto temporal em que uma fake news pode surgir”, como por exemplo, a atual crise sanitária.

“Por exemplo, uma fake news num contexto político tem algumas propriedades textuais e lexicais de uma fake news num contexto da saúde. Uma fake news que foi publicada há um ano pode não ter as mesmas propriedades que uma que foi publicada hoje”, referiu, adiantando que a pandemia da covid-19 tem sido “um caso de estudo muito interessante no universo das fake news”.

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