domingo, 10 de novembro de 2024
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Pesquisadores criam robô capaz de funcionar com partes quebradas

Pesquisadores desenvolveram um robô inteligente capaz de superar suas próprias “lesões”, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira pela revista Nature. “Ao criarmos nosso software, temos em mente que os robôs…

Pesquisadores desenvolveram um robô inteligente capaz de superar suas próprias “lesões”, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira pela revista Nature.

“Ao criarmos nosso software, temos em mente que os robôs devem sobreviver em ambientes hostis, como durante um desastre nuclear como o de Fukushima. Se nós enviarmos robôs, eles precisam continuar sua tarefa mesmo quebrados, e não parem no meio da planta, inativos”, explica à AFP Jean-Baptiste Mouret, da Universidade Pierre et Marie Curie, em Paris, co-autor do estudo.

Animais e seres humanos se adaptam rapidamente às lesões. Cachorros são capazes de pegar um frisbee mesmo com três pernas quebradas. E um homem com uma torção no tornozelo encontrará uma maneira de caminhar.

Os robôs, essenciais em ambientes remotos ou hostis como o espaço, os oceanos profundos e as áreas de desastre, permanecem frágeis.

Os pesquisadores, que foram inspirados por animais, desenvolveram um software capaz de analisar as várias possibilidades de operação, apesar da deterioração. E guiam o robô para estas alternativas, tornando-os mais fortes, mais independentes e eficazes.

Os pesquisadores demonstraram a validade de sua invenção em um robô de seis patas de 50 centímetros de largura que sofreram cinco danos diferentes (incluindo falta ou pernas quebradas) e um braço robótico cujas articulações foram quebradas de 14 maneiras diferentes.

“Se um robô está danificado, o software o conduz para realizar testes e encontrar rapidamente um comportamento compensatório que lhe permita operar apesar dos danos sofridos”, diz Mouret.

“Cada solução possível é experimentada pelo robô. Se isso não funcionar, ele é inteligente o suficiente para excluí-lo e tentar outro”, explica Antoine Cully, também da Universidade Pierre e Marie Curie e co-autor do estudo. O pesquisador ressalta que “é surpreendente ver uma robô quebrado funcionando plenamente dois minutos mais tarde”.

“Após um terremoto, nós gostaríamos de enviar robôs, mas as equipes de resgate realmente não querem ir resgatar os robôs quebrados. Eles devem concentrar-se nas pessoas feridas”, precisa Mouret.

“Esta descoberta também torna mais rentável a criação de assistentes pessoais robóticos que poderiam continuar operando mesmo se uma parte está quebrada”, afirma Jeff Clune, da Universidade de Wyoming, outro co-autor do estudo.

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