Os 30 mil quilômetros de malha ferroviária do Brasil estão em situação crítica. Pesquisa feita pela Confederação Nacional do Transporte, CNT, revela que o Governo Federal terá que investir 13 bilhões e 600 milhões de reais para reparar e expandir a malha.
Realizado no ano passado, o levantamento mapeou o estado das ferrovias brasileiras dez anos após o processo de privatização. De acordo com o estudo, os principais problemas do setor ferroviário são as passagens de nível em más condições de conservação, a baixa velocidade dos trens e a falta de regulamentação.
Das 12 mil e 400 passagens de nível verificadas, 2.053 foram classificadas como críticas. Elas não possuem sinalização adequada ou são irregulares. Além disso, a velocidade média das ferrovias brasileiras não passa de pouco mais de 22 km/h. O ideal seria 80 km/h. Outro problema detectado são os 824 focos de invasão das áreas próximas às linhas, principalmente nos acessos aos portos.
A situação mais crítica é na região da Baixada Santista.
O setor ferroviário é responsável pelo escoamento de quase 400 bilhões de toneladas de produtos. Só o minério de ferro representa 67% deste volume. De acordo com o diretor-executivo da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários, Rodrigo Vilaço, as concessionárias repassam trimestralmente ao Governo Federal 400 milhões de reais. Em comparação com o setor rodoviário, 30% dos pedágios voltam para a rodovia.
Para Vilaço, o setor ferroviário deveria ter os mesmos retornos. Na última década, as concessionárias investiram cerca de dez bilhões nas malhas ferroviárias do Brasil.