A Polícia Civil concluiu neste sábado (12) que a perita criminal Káthia Mendes Magalhães, diretora da Polícia Científica de Caldas Novas, no sul de Goiás, que foi baleada enquanto dirigia, planejou o próprio atentado.
O g1 tentou contato com a perita solicitando um posicionamento por meio de mensagem enviada às 14h29 deste sábado, mas não recebeu retorno até a última atualização desta reportagem.
Em nota, a Polícia Civil informou que a perita confessou ter planejado o ataque a si mesma, junto com um ex-servidor da unidade que ela, até então, coordenava. De acordo com a polícia, o motivo era uma tentativa da profissional de forçar uma remoção do local de trabalho.
Como o nome do ex-servidor não foi divulgado pela corporação, o g1 não conseguiu localizar a defesa dele para que se posicionasse até a última atualização desta reportagem.
A perita foi baleada no peito, na noite de quinta-feira (10), na GO-213, em direção a Rio Quente, cidade vizinha a Caldas Novas. Na ocasião, o Corpo de Bombeiros prestou os primeiros socorros no local e levou a perita consciente para um hospital da cidade, onde ela passou por uma cirurgia.
A partir disso, a polícia montou uma força-tarefa para apurar o então atentado. De acordo com a corporação, inicialmente, foram identificadas testemunhas que afirmaram terem sido procuradas pela perita há um mês com a proposta de forjar um atentado contra ela, no entanto, como as testemunhas não aceitaram, o plano não foi executado na época.
Após isso, conforme as investigações, ela convidou um ex-servidor que trabalhava com ela para participar da farsa. Segundo a polícia, o homem confessou ter atirado contra a perita a pedido dela. A corporação disse que ele utilizou um revólver calibre .32 que lhe foi entregue pela mulher no dia do atentado forjado. A arma estava apreendida para realização de perícia.
O ex-servidor confessou ainda que, após o crime, retornou ao posto da Polícia Técnico-Científica de Caldas Novas, onde depositou a arma no mesmo armário utilizando-se das chaves fornecidas pela perita. A arma usada no crime e os celulares da perita foram apreendidos.
Em nota, a Polícia Científica disse que “de forma alguma coaduna com condutas desta natureza”. A corporação informou ainda que a perita e o ex-servidor vão responder por todos os seus atos, tanto no âmbito criminal, quanto no âmbito da Corregedoria de Polícia, com penas que podem chegar a mais de 12 anos, mais a possível perda do cargo.