sexta, 25 de outubro de 2024
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PCC movimenta R$ 63 mi em bancos em 20 meses

O último relatório consolidado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) revela que, de novembro de 2005 a julho de 2007, 686 contas bancárias pertencentes a 748 pessoas e…

O último relatório consolidado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) revela que, de novembro de 2005 a julho de 2007, 686 contas bancárias pertencentes a 748 pessoas e empresas ligadas direta ou indiretamente à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) movimentaram R$ 63 milhões. Para chegar às contas, o Coaf pesquisou 2.607 nomes identificados pelo conselho em cruzamentos de dados ou fornecidos pelas autoridades policiais que trabalham no combate ao crime organizado em São Paulo. Um grupo composto por 252 nomes suspeitos ainda está sob checagem.

A ampliação das operações e das contas rastreadas confirmou o perfil identificado em trabalhos anteriores. De acordo com os dados do Coaf, em 20% das contas as movimentações registradas são superiores a R$ 100 mil. No restante dos casos, os saques e depósitos foram pulverizados.

Grande parte das operações está centrada em cerca de 50 contas movimentadas por integrantes do alto comando do PCC. Há maior incidência de depósitos originários da capital paulista e de cidades do interior do Estado com grandes penitenciárias. O cruzamento das informações com dados fiscais e patrimoniais dos titulares das contas revelou também que grande parte dos envolvidos na movimentação financeira tinha CPFs cancelados ou suspensos pela Receita Federal e não apresentava capacidade econômica que justificasse o volume de dinheiro manejado.

Esses dados do Coaf sobre o PCC fazem parte de um levantamento consolidado sobre as atividades do conselho, que será divulgado hoje e faz parte das comemorações dos dez anos da instituição e da legislação, que integram a estrutura de combate à lavagem de dinheiro do governo. Os valores apurados sobre o PCC somam saques, depósitos e transferências e são cumulativos.

A evolução dos rastreamentos também revela que a facção ensaiava estender tentáculos financeiros por mais dois Estados, Ceará e Minas, além dos já identificados em pesquisas anteriores. Apesar das movimentações se concentrarem em São Paulo, há ramificações financeiras na Bahia, Rio, Maranhão, Rio Grande do Norte, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Pará (onde foram localizadas três contas em nome de empresas ligadas ao comando com movimentações individuais na casa de R$ 10 milhões).

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