No dia 12 de janeiro deste ano um mandado de Prisão Preventiva de José Antonio dos Santos, vulgo “Mineirinho”, havia sido expedido. A Polícia Civil de Fernandópolis trabalhava em investigações para encontrar o acusado de assassinar com 2 tiros de revolver 38 o agricultor e ex-PM, Onofre Bernardes de Oliveira. O crime ocorreu em dezembro de 2000, e Mineirinho desapareceu do mapa em maio de 2007, no dia em que iria a júri popular para o seu julgamento. Em uma ação em conjunto entre Delegacia Seccional, DIG e 2.º DP de Fernandópolis, Mineirinho foi preso em uma fazenda à 30 km da cidade de Água Clara, no Estado de Mato Grosso do Sul, na última sexta, dia 19. A Polícia Civil de Água Clara foi de fundamental importância para a prisão, de acordo com informações colhidas pela reportagem deste Diário.
“Estou muito agradecido à polícia pela prisão do assassino do meu pai”, disse Anderson Bernardes de Oliveira, conhecido pelos amigos e familiares por “São”, e que é filho de Onofre. Mineirinho foi preso em Água Clara/MS, transferido para Fernandópolis, onde prestou os devidos depoimentos, e aguarda pela Justiça na cadeia pública de Guarani D’Oeste.
O início do desentendimento
Segundo familiares da vítima, o acusado José Antonio dos Santos já havia tido desentendimentos anteriores com Oliveira, sempre por motivos banais. De acordo com declarações do filho da vítima, Anderson Bernardes de Oliveira, 26, o “São”, tudo começou por causa de uma “prancha” de madeira, de aproximadamente 3m x 70cm, com 15cm de espessura.
“Na época, quando deu aquelas chuvas muito fortes, a ponte da avenida 7 (Amadeu Bizzeli) caiu, e colocaram umas madeiras como essa, grandes e resistentes tentando arrumar a passagem de veículos no local. Mas em uma das chuvas ocorridas uns dias depois desta tentativa de arrumar a ponte, as madeiras se soltaram, e uma das pranchas parou no fundo da minha chácara que tenho, e onde eu morava naquela época, no bairro Pôr-do-Sol. Meus amigos e eu, inclusive o Mineirinho, treinávamos montaria em uns bois numa arena improvisada que fizemos, e usei esta prancha para fechar o brete, para conter os bois. Viajei para participar de um rodeio e quando voltei a prancha não estava mais lá, e me disseram que havia sido o Mineirinho quem a tinha pego. Então eu busquei de volta, e aí começou o desentendimento, entre ele e eu”, disse São.
O homicídio
No dia 13 de dezembro de 2000, o agricultor e ex-policial militar de Fernandópolis, Onofre Bernardes de Oliveira, 56 anos, conhecido pelos amigos como “Feio”, residente à época em um sítio na cidade de Jales, foi assassinado durante uma discussão com José Antônio dos Santos, vulgo “Mineirinho”, em frente à residência de sua filha, no bairro Independente, em Fernandópolis.
Segundo relatou o filho da vítima, Anderson, conhecido por “São”, com exclusividade ao Diário Regional na tarde desta segunda, dia 22, por volta das 22:30h do dia 13 de dezembro de 2000, Mineirinho foi à casa de sua irmã, na rua Leonildo Alvizi, no bairro Independente. O acusado pelo homicídio teria insistido em pegar de volta a madeira que Anderson havia reutilizado em seu brete, na arena onde ele e amigos treinavam montaria em bois. A discussão ficou mais ríspida, e Mineirinho ficou agressivo e começou a ameaçar Onofre, que tentava amenizar o princípio de briga entre seu filho São e o Mineirinho. Onofre disse que conversassem outro dia, e São garantiu que a prancha de madeira iria ficar em sua chácara. Mineirinho então sacou seu revolver calibre 38 e disparou contra São e Onofre.
“Ele descarregou a arma, deu seis tiros. Até pouco tempo ainda tinha várias marcas dos tiros no muro e na parede da casa da minha irmã. Um tiro pegou no tórax de meu pai, e um outro pegou de raspão no braço esquerdo dele, entrou pelo peito, atingiu o coração e parou em sua espinha”, relembrou São. Onofre chegou a receber atendimento do Corpo de Bombeiros e a ser socorrido até a Santa Casa de Fernandópolis, mas não resistiu aos ferimentos e morreu antes mesmo de chegar ao hospital. Mineirinho fugiu do flagrante e consegui aguardar em liberdade por seu julgamento, que ocorreria em maio de 2007. Desde maio do ano passado Mineirinho estava foragido. (João Leonel)