quinta-feira, 24 de outubro de 2024
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Paulistas vão tirar CNH na cidade onde votam

A direção do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de São Paulo investiga irregularidades em carteiras de motorista. Para combater fraudes, o órgão determinou uma mudança: a partir de agora, as…

A direção do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de São Paulo investiga irregularidades em carteiras de motorista. Para combater fraudes, o órgão determinou uma mudança: a partir de agora, as pessoas só vão poder tirar a habilitação na cidade onde o título de eleitor está cadastrado.

“Visa maior rigor na fiscalização por parte dos delegados, diretores de Ciretrans, com relação à fiscalização no endereço dos condutores”, disse o delegado do Detran, Luiz Henrique Ribeiro Artacho.

A medida foi tomada depois que foram identificadas irregularidades. Algumas carteiras revelam a fraude. Elas foram registradas no Detran de São Paulo. No papel, tudo correto: exames médicos e psicológicos e o teste de direção. Mas as investigações mostram que as pessoas nunca estiveram no estado para fazer as provas. Nem chegaram a sair da região de Divinópolis, em Minas Gerais, a 500 km da capital paulista.

A investigação revelou que um instrutor de uma auto-escola da cidade vendia cada carteira por R$ 2 mil. Um homem que não quis se identificar confessou ao Jornal da Globo que conseguiu a habilitação sem ir à nenhuma aula. “Ele só pedia pra arrumar os documentos. Falava que era uma carteira ‘quente’. Carteira de São Paulo”, disse.

Em depoimento, o instrutor disse que ficava só com parte do dinheiro. O resto ia, segundo a polícia, para um homem que coordena o esquema a partir de Minas Gerais e está preso. Anotações e cheques apontam que esse chefe negociava por mês cerca de 50 habilitações, com faturamento de R$ 100 mil. Parte era para auto-escolas de São Paulo que conseguiam os documentos.

Promotores que combatem o crime organizado em São Paulo analisaram as carteiras apreendidas em Minas. Descobriram que os nomes de médicos, de psicólogos e de funcionários de delegacias de trânsito da Grande São Paulo aparecem em vários prontuários que foram forjados.

Os promotores sabem que várias habilitações foram emitidas por uma delegacia da Grande São Paulo, uma do ABC paulista e outra da capital. O nome de um examinador aparece em seis testes de direção que nunca chegaram a ser feitos. O nome de um oftalmologista e de um psicólogo estão em doze exames falsos. Eles não quiseram gravar entrevista, mas negaram participação no esquema.

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